São Paulo, quarta-feira, 05 de maio de 2004

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MUDANÇA

Conselho do Fundo aprova ex-ministro da Economia da Espanha como diretor-gerente; Palocci elogia nomeação

Rato será 1º espanhol a comandar o FMI

DA REDAÇÃO

O conselho executivo do FMI (Fundo Monetário Internacional) aprovou ontem a nomeação do espanhol Rodrigo Rato, 55, para assumir o comando da instituição, criada há 60 anos. Rato, que será o primeiro espanhol a ocupar o cargo de diretor-gerente do organismo, sucederá o alemão Horst Köhler, que renunciou ao cargo em março.
Historicamente, a direção do FMI é ocupada por um europeu, enquanto o comando do Banco Mundial fica a cargo de um norte-americano.
Rato terá um mandato de cinco anos. Ministro da Economia da Espanha de 1996 até o mês passado, deixou o cargo após a sua legenda, o conservador Partido Popular, ter perdido as eleições para a oposição socialista.
Formado em direito, Rato promete ser mais político do que técnico no FMI. Fluente em inglês, o novo diretor fez MBA na Universidade da Califórnia, em Berkeley.
Entre outros motivos, sua indicação ocorreu por causa de seus conhecimentos sobre os países da América Latina. O Brasil e a Argentina são atualmente os dois países que mais devem ao FMI. Uma das principais missões do espanhol será promover o entendimento do governo argentino com os seus credores privados.
No total, 87 países mantêm programas com o Fundo no momento. Ao final do ano passado, a dívida deles com organismo totalizava US$ 107 bilhões.

Brasil apóia
Por meio de sua assessoria, o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) elogiou a escolha de Rato como diretor-gerente.
"O ex-ministro Rodrigo Rato demonstrou, na sua atividade governamental, grande capacidade de lidar com a temática das finanças internacionais e uma visão aberta e moderna sobre o FMI e suas relações com os países membros", disse Palocci.
Segundo ele, o Brasil, que apoiou sua indicação, cumprimenta a direção do Fundo pela decisão e Rato pela escolha.
O Brasil foi um dos países em desenvolvimento que apoiaram o nome do espanhol. Os argentinos também queriam Rato no comando do organismo, porque acreditam que ele será um interlocultor mais acessível.
Mas o novo diretor promete ser pouco flexível quanto ao relaxamento das regras contábeis do FMI. No comando da economia espanhola, Rato foi rigoroso no controle dos gastos públicos.


Colaborou a Sucursal de Brasília


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