São Paulo, quarta-feira, 05 de maio de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Abril foi o pior mês, em captação líqüida, desde 2002; saques superam aplicações em R$ 1,49 bilhão

Fundos perdem recursos em mês agitado

DA REPORTAGEM LOCAL

Juros em baixa, turbulência no mercado externo e queda vertiginosa da Bolsa fizeram com que abril fosse para os fundos de investimentos o pior mês desde setembro de 2002.
Dados do site Fortuna, que faz uma análise minuciosa da indústria de fundos, mostram que, em abril, os saques superaram as aplicações nos fundos de investimentos em R$ 1,49 bilhão.
O saldo negativo é pequeno se comparado ao tamanho da indústria de fundos, que conta hoje com patrimônio líqüido de R$ 476,4 bilhões, segundo o Fortuna.
Um dos principais destaques negativos foram os fundos DI. Essa aplicação é formada por títulos públicos e privados -em grande parte pós-fixados. Como a tendência é a de juros em baixa no futuro, os saques nesses fundos já começam a ganhar força.
A captação dos fundos DI ficou negativa em R$ 2,75 bilhões no mês passado.
Os fundos de ações também sofreram forte perda de recursos em abril, ficando com captação negativa de R$ 523 milhões. A Bolsa de Valores de São Paulo teve perdas de 11,45% no mês passado, o que pesou na decisão de muitos investidores na hora de manter o dinheiro no mercado acionário.
Para analistas, quem começa a se tornar destaque positivo são os fundos multimercados. Esse tipo de aplicação representa riscos maiores ao investidor. Mas, como uma carteira de um fundo multimercado pode ser composta por ativos de diferentes segmentos do mercado (ações, títulos que seguem os juros, mercado futuro, câmbio e outros), as chances de ganhos também aumentam.

Migração
Levantamento feito pela Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento), até o dia 28, mostra que os fundos multimercados estavam com uma captação líqüida (diferença entre aplicações e resgates) em abril de R$ 3,06 bilhões.
"Com o atual cenário, era esperado que os fundos multimercados ganhassem espaço. Mas é importante o investidor pensar que esse é um tipo de investimento para o médio prazo, ou seja, a rentabilidade obtida deve ser julgada boa ou não depois de um período de pelo menos seis meses", diz José Alberto Tovar, sócio-diretor da Arx Capital Management.
(FABRICIO VIEIRA)


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