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Desistência da Microsoft pressionará Yahoo!
Fracasso da fusão deve gerar nova onda de negociações na internet; Yahoo! será cobrado por acionistas
DO "FINANCIAL TIMES"
DA REDAÇÃO
A desistência da Microsoft
em adquirir o Yahoo!, anunciada no sábado à noite, deve desencadear nova rodada de negociações entre os principais
atores da internet, que buscam
ganhar "musculatura" no crescente e lucrativo segmento de
publicidade on-line, disseram
analistas e investidores.
Para analistas, o Yahoo! deve
agora levar adiante as negociações iniciadas nas últimas semanas com Google e AOL.
Essas negociações, que envolvem terceirizar algumas de
suas ferramentas de buscas para o Google ou adquirir a AOL,
foram planejadas como uma
forma de evitar o negócio com a
Microsoft, mas analistas dizem
que podem ser um caminho
viável para o Yahoo!.
No caso do Google, poderia
ajudar o Yahoo! a melhorar
seus resultados a curto prazo,
enquanto tenta provar que sua
recuperação a longo prazo pode
funcionar efetivamente.
Mas ambas as transações
apresentam obstáculos. Uma
parceria com o Google poderia
ser restringida pelas autoridades regulatórias, dado o domínio exercido pela maior empresa de buscas na internet. Com a
AOL, haveria sobreposição de
negócios e tecnologia.
Quem mais pode se beneficiar com o fracasso da fusão é a
AOL. Embora tenha perdido
espaço nos últimos anos, a empresa, além do Yahoo!, pode ser
cortejada pela Microsoft, pois
elas devem buscar uma aliada
para concorrer com o Google
em publicidade on-line.
A direção do Yahoo!, que rejeitou nova oferta -melhorada
em cerca de US$ 5 bilhões- da
Microsoft, também será pressionada, ainda mais diante da
perspectiva de queda no valor
das ações da companhia com o
fracasso da transação.
Os papéis da companhia, que
encerraram na sexta-feira negociados perto de US$ 29, podem recuar até para US$ 20 nos
próximos dias sem a fusão com
a Microsoft, dizem analistas.
Caberá à direção do Yahoo!
aplacar a ira dos acionistas.
Nos momentos finais de negociação entre os executivos
das duas empresas, no último
sábado, a Microsoft chegou a
oferecer US$ 33 por ação pelo
Yahoo!, acima da oferta inicial
de US$ 31, apresentada no início de fevereiro e equivalente a
cerca de US$ 44,6 bilhões.
Mas, desde o início, Jerry
Yang, presidente do Yahoo!,
considerou que a proposta não
era condizente com o valor verdadeiro da empresa.
Segundo fontes que tiveram
acesso às conversas entre Yang
e Steve Ballmer, executivo-chefe da Microsoft, no sábado em
Seattle, o homem-forte e co-fundador do Yahoo! impôs uma
contraproposta de US$ 37 por
ação.
Em comunicado divulgado
no sábado, Ballmer afirmou
que, após cuidadosa avaliação,
eles chegaram à conclusão de
que os termos demandados pelo Yahoo! "não faziam sentido
para nós e que, portanto, era do
melhor interesse dos acionistas
e dos empregados retirar a
oferta pelo concorrente".
Em carta enviada a Yang, tornada pública, Ballmer descartou ainda uma proposta hostil
diretamente aos acionistas (ou
seja, à revelia dos controladores) do Yahoo!, como chegou a
ser aventado pelo próprio executivo em meio às negociações
nas últimas semanas.
Com agências internacionais
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