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Lula autoriza SP a elevar dívida em R$ 4 bi
Recursos serão tomados em organismos como Banco Mundial e BNDES e serão destinados ao metrô, a trens e a estradas vicinais
Serra pleiteava liberação de R$ 6,7 bi; Mantega afirma que flexibilização será
concedida a todo Estado que tiver "trajetória positiva"
TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO
O governo federal autorizou
a ampliação da capacidade de
endividamento do Estado de
São Paulo em mais R$ 4 bilhões. Esse valor será tomado
em novos empréstimos com
Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento,
JBIC (Japan Bank for International Cooperation) e BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
A ampliação foi anunciada
ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, após reunião com o governador José
Serra (PSDB), que pleiteava R$
6,7 bilhões. Segundo o tucano, o
Estado não vai desistir do restante -R$ 2,7 bilhões.
O montante autorizado será
investido, até o final deste mandato, em obras no metrô, nos
trens e nas estradas vicinais.
Para complementar os aportes,
o governo do Estado vai dar
uma contrapartida que deve ficar entre R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões, segundo o governador.
Uma missão do Tesouro Nacional examinou as contas de
São Paulo nos últimos dez anos
e fez projeções. De acordo com
Mantega, houve melhora nas
contas estaduais, mas ele não
especificou o que exatamente
foi analisado para chegar a essa
conclusão. "Cada Estado é uma
conta específica", argumentou.
Na próxima semana, o encontro será com o governador
de Minas Gerais, Aécio Neves,
que, como Serra, é cotado como
candidato do PSDB à disputa
presidencial de 2010.
"Todos os Estados têm o
mesmo direito", ressaltou o ministro, afirmando que a expansão no limite da dívida será
concedida a todas as unidades
da Federação que tiverem
"uma trajetória positiva", o que
significa arrecadar mais e gastar menos. "O governo está empenhado em dar uma flexibilidade maior aos Estados." Até
meados de julho, todos os que
pleitearam a ampliação serão
visitados. A autorização para
São Paulo ainda terá que ser
analisada pelo Senado, mas, para Mantega, será fácil aprovar.
De acordo com a LRF (Lei de
Responsabilidade Fiscal), de
2000, a dívida corrente líquida
de um Estado pode chegar ao
dobro da receita corrente líquida. Mas, segundo a lei 9.496, de
1997, a dívida pode ser, no máximo, igual à receita, por isso o
pleito dos governadores para
fazer valer a regra mais favorável. Em São Paulo, essa relação
está mais perto do permitido
pela LRF, pois era de 1,89 no final de 2006 e baixou para 1,77
no primeiro quadrimestre.
O ministro afirmou ainda
que haverá um acompanhamento da receita de São Paulo
nos próximos anos e que a ampliação não fere nenhum dos
dispositivos legais. "Conseguimos achar um caminho para
flexibilizar sem violar nenhuma regra", completou.
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