|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Foco
Operários protestam contra o fechamento de fábricas de tubos para TV
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
Entre 150 e 200 funcionários da LP Displays, antiga LG
Philips, em São José dos Campos (91 km de São Paulo), invadiram ontem de manhã a pista
sentido São Paulo-Rio da via
Dutra para protestar contra o
fechamento da fábrica.
O bloqueio da pista, por cerca de uma hora, provocou um
congestionamento de nove
quilômetros, segundo a Polícia
Rodoviária Federal.
O diretor da empresa no
Brasil, José Duaik, disse ontem que espera retomar hoje a
produção de tubos de imagem
para TV -os funcionários interromperam os trabalhos
após o anúncio do fechamento.
De acordo com ele, a fábrica
conta com a venda da produção dos próximos dois meses
para pagar a indenização dos
trabalhadores.
Duaik informou que quatro
das cinco fábricas da LP Displays no país vão ser fechadas.
Nelas, são produzidos tubos
para televisores de 14, 20 e 21
polegadas. Apenas a unidade
de Manaus (AM), onde são
montados tubos para aparelhos de 29 polegadas, continuará funcionando.
A decisão da empresa implicará a demissão de 2.200 pessoas. Duaik informou que ainda não foi definido se os funcionários receberão algum auxílio além dos previstos em lei.
"Fizemos projeções para os
próximos dois anos e todos os
cenários nos levaram à conclusão de que a manutenção das
atividades nessas fábricas não
é mais viável", disse Duaik, que
apontou a valorização do real
como a "gota d'água" que levou
à decisão. Segundo ele, os componentes que deixarão de ser
produzidos no país passarão a
ser fornecidos por fábricas da
LP Displays localizadas em
países da Ásia, como a China.
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos
anunciou ontem que vai negociar com a direção da LP Displays mais benefícios aos empregados. Um deles é o pagamento de dois salários por ano
trabalhado na fábrica. Outro,
que a empresa se comprometa
a manter o plano de saúde dos
trabalhadores pelo prazo de
dois anos.
"Se a empresa não abrir negociação, vamos fazer a ocupação da fábrica", disse ontem o
diretor do sindicato, Luiz Carlos Martins. "Não podemos fazer com que os funcionários
continuem a trabalhar nos
próximos dois meses sem que
a direção dê garantias."
Texto Anterior: Produtividade industrial sobe 17% em 5 anos Próximo Texto: Mantega nega fim de IR para investimento Índice
|