São Paulo, terça-feira, 05 de junho de 2007

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Operários protestam contra o fechamento de fábricas de tubos para TV

FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Entre 150 e 200 funcionários da LP Displays, antiga LG Philips, em São José dos Campos (91 km de São Paulo), invadiram ontem de manhã a pista sentido São Paulo-Rio da via Dutra para protestar contra o fechamento da fábrica.
O bloqueio da pista, por cerca de uma hora, provocou um congestionamento de nove quilômetros, segundo a Polícia Rodoviária Federal.
O diretor da empresa no Brasil, José Duaik, disse ontem que espera retomar hoje a produção de tubos de imagem para TV -os funcionários interromperam os trabalhos após o anúncio do fechamento. De acordo com ele, a fábrica conta com a venda da produção dos próximos dois meses para pagar a indenização dos trabalhadores.
Duaik informou que quatro das cinco fábricas da LP Displays no país vão ser fechadas. Nelas, são produzidos tubos para televisores de 14, 20 e 21 polegadas. Apenas a unidade de Manaus (AM), onde são montados tubos para aparelhos de 29 polegadas, continuará funcionando.
A decisão da empresa implicará a demissão de 2.200 pessoas. Duaik informou que ainda não foi definido se os funcionários receberão algum auxílio além dos previstos em lei.
"Fizemos projeções para os próximos dois anos e todos os cenários nos levaram à conclusão de que a manutenção das atividades nessas fábricas não é mais viável", disse Duaik, que apontou a valorização do real como a "gota d'água" que levou à decisão. Segundo ele, os componentes que deixarão de ser produzidos no país passarão a ser fornecidos por fábricas da LP Displays localizadas em países da Ásia, como a China.
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos anunciou ontem que vai negociar com a direção da LP Displays mais benefícios aos empregados. Um deles é o pagamento de dois salários por ano trabalhado na fábrica. Outro, que a empresa se comprometa a manter o plano de saúde dos trabalhadores pelo prazo de dois anos.
"Se a empresa não abrir negociação, vamos fazer a ocupação da fábrica", disse ontem o diretor do sindicato, Luiz Carlos Martins. "Não podemos fazer com que os funcionários continuem a trabalhar nos próximos dois meses sem que a direção dê garantias."


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