São Paulo, quinta-feira, 05 de junho de 2008

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repercussão

Ciclo de alta gera protestos de entidades

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No segundo movimento consecutivo de elevação dos juros neste ano, ao aumentar ontem novamente a taxa básica em 0,5 ponto percentual, para 12,25%, o Banco Central recebeu novas críticas do setor produtivo e sindicalistas.
A CUT antecipou-se ao anúncio e, por meio de nota, convocou mobilizações de rua contra a política econômica do governo. "Por diversas vezes, a CUT protestou contra a política de altíssimas taxas de juros e elevado superávit primário, por considerá-la um ataque vil aos esforços por desenvolvimento sustentável com distribuição de renda. No próximo dia 19, protestaremos por meio de mobilizações e atos públicos diante da sede do BC", afirmou o presidente da central, Artur Henrique.
A Força Sindical distribuiu comunicado assinado pelo seu presidente, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, referindo-se à alta nos juros como "insanidade dos tecnocratas do Copom". "O BC precisa entender que o remédio de juros em patamares proibitivos pode acabar asfixiando de forma traumática a economia."
Já a Fiesp contestou a política de aperto monetária, ao argumentar que o aumento dos juros não tem eficácia do ponto de vista do combate à inflação e, por outro lado, impede o crescimento. Para a entidade, o governo deveria conter a escalada de preços com diminuição de gastos públicos. "Demanda gera progresso. Gastos públicos desnecessários geram dívidas e mais impostos. Aumentar juros para conter a demanda é impedir o crescimento, é apequenar os horizontes do país", disse Paulo Skaf, presidente da Fiesp e da Ciesp. Pela mesma linha, a Abdib (Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base) afirmou que há outras medidas para segurar os preços, como a elevação do superávit primário. Para a Fecomercio, "o aperto monetário vai devastar o crescimento em 2009".
Segundo simulação da Anefac, porém, o aumento de 0,5 ponto percentual terá efeito pequeno nas operações de crédito. Pelos cálculos da entidade, a taxa média cobrada ao ano do consumidor passará de 131,62% para 132,65%.


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