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repercussão
Ciclo de alta gera protestos de entidades
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
No segundo movimento
consecutivo de elevação
dos juros neste ano, ao aumentar ontem novamente
a taxa básica em 0,5 ponto
percentual, para 12,25%, o
Banco Central recebeu
novas críticas do setor
produtivo e sindicalistas.
A CUT antecipou-se ao
anúncio e, por meio de nota, convocou mobilizações
de rua contra a política
econômica do governo.
"Por diversas vezes, a CUT
protestou contra a política
de altíssimas taxas de juros e elevado superávit
primário, por considerá-la
um ataque vil aos esforços
por desenvolvimento sustentável com distribuição
de renda. No próximo dia
19, protestaremos por
meio de mobilizações e
atos públicos diante da sede do BC", afirmou o presidente da central, Artur
Henrique.
A Força Sindical distribuiu comunicado assinado pelo seu presidente,
Paulo Pereira da Silva, o
Paulinho, referindo-se à
alta nos juros como "insanidade dos tecnocratas do
Copom". "O BC precisa
entender que o remédio de
juros em patamares proibitivos pode acabar asfixiando de forma traumática a economia."
Já a Fiesp contestou a
política de aperto monetária, ao argumentar que o
aumento dos juros não
tem eficácia do ponto de
vista do combate à inflação e, por outro lado, impede o crescimento. Para a
entidade, o governo deveria conter a escalada de
preços com diminuição de
gastos públicos. "Demanda gera progresso. Gastos
públicos desnecessários
geram dívidas e mais impostos. Aumentar juros
para conter a demanda é
impedir o crescimento, é
apequenar os horizontes
do país", disse Paulo Skaf,
presidente da Fiesp e da
Ciesp. Pela mesma linha, a
Abdib (Associação Brasileira da Infra-Estrutura e
Indústrias de Base) afirmou que há outras medidas para segurar os preços,
como a elevação do superávit primário. Para a Fecomercio, "o aperto monetário vai devastar o crescimento em 2009".
Segundo simulação da
Anefac, porém, o aumento
de 0,5 ponto percentual
terá efeito pequeno nas
operações de crédito. Pelos cálculos da entidade, a
taxa média cobrada ao ano
do consumidor passará de
131,62% para 132,65%.
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