São Paulo, quarta-feira, 05 de julho de 2006

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Sem veto, medida custa R$ 7 bilhões

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No mais otimistas dos cenários, estender o reajuste de 16,7% do salário mínimo a todas as aposentadorias e pensões do INSS significaria empurrar para cerca de R$ 50 bilhões o déficit da Previdência Social neste ano. Projeções mais pessimistas apontam um rombo superior a R$ 52 bilhões.
O Ministério da Previdência calcula que o gasto adicional do governo com a extensão do reajuste seria de R$ 6,97 bilhões. Anularia com folga todos os esforços que a Previdência vem fazendo para tentar conter fraudes e desperdícios.
Exemplo: só o censo previdenciário -que envolverá até o ano que vem mais de 17 milhões de aposentados e pensionistas- deve gerar uma economia neste ano de R$ 900 milhões a R$ 1,3 bilhão.
Para este ano, a Previdência espera fechar o caixa com um saldo negativo de R$ 43,2 bilhões. O secretário de Previdência, Helmut Schwarzer, fala, porém, em até R$ 45,8 bilhões.
Ambas as estimativas já consideram tanto o reajuste de 16,7% para o mínimo -beneficiando cerca de 15 milhões de pessoas- quanto o aumento de 5% para aqueles que recebem acima de um salário mínimo. A diferença é que Schwarzer não inclui em suas contas a economia esperada com o censo e outras medidas gerenciais nem os ganhos de arrecadação com a ampliação das faixas do Simples (sistema simplificado de pagamento de impostos e contribuições).
O mais curioso é notar que o desejo dos parlamentares de estender o reajuste de 16,7% a todos os aposentados surge justamente no ano em que, pela primeira vez na última década, os segurados conseguem arrancar do Planalto um acordo que garante aumento real para seus benefícios. O reajuste de 5%, concedido em abril, embute um ganho real para os aposentados de 1,8%.


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