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Empresas têm até setembro para parcelar dívida do ICMS
Prazo do fisco paulista inclui débitos até o final de 2006
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo paulista deu prazo
até 30 de setembro para os devedores do ICMS aderirem ao
Programa de Parcelamento Incentivado (PPI), lançado ontem pelo governador José Serra (PSDB), que espera, com o
plano, reduzir o débito de R$ 74
bilhões desse tributo e arrecadar recursos para investir principalmente em transportes.
As empresas terão até 15
anos para pagar os débitos, mas
o valor das parcelas mensais
(máximo de 180) não pode ser
inferior a R$ 500. O programa
inclui débitos correspondentes
a fatos geradores ocorridos até
31 de dezembro de 2006.
Os contribuintes que atrasarem o pagamento de qualquer
parcela por mais de 90 dias ou
que deixarem de pagar em dia o
ICMS devido a partir de janeiro
de 2007 serão excluídos do programa. Para evitar atrasos, uma
das novidades do PPI é permitir que as empresas programem
o pagamento em conta corrente, a partir da segunda parcela.
O desconto na multa (pelo
atraso do débito) chega a 75%, e
o deságio nos juros, a 60% para
os que optarem por quitar a dívida em parcela única. Esses
percentuais vão diminuindo,
dependendo da opção de pagamento escolhida pelo contribuinte -de 12 a 180 parcelas.
Se optar pelo pagamento em
12 vezes, a correção das parcelas será de 1% ao mês (tabela
Price). De 13 a 180 vezes, a correção será pela Selic. No caso de
pagamentos de 121 a 180 meses
o contribuinte terá de fornecer
garantias ao fisco.
A adesão ao programa será
exclusivamente pela internet
(www.ppidoicms.sp.gov.br),
e o contribuinte pode escolher
os débitos que deseja quitar
-os inscritos ou não na dívida
ativa, os que foram ajuizados
ou não e os declarados ou não
pelas empresas. Ficam de fora
somente os débitos já parcelados em programas anteriores.
As empresas podem ainda fazer simulações sobre a melhor
forma de pagamento.
Smulação feita pela Secretaria da Fazenda paulista mostra
que o contribuinte que tem débito de R$ 933,26 mil (incluindo multa e juros), por exemplo,
pagará R$ 433,31 mil à vista, o
que significa, na prática, redução de 54% no total da dívida.
Caso opte pela forma parcelada, esse débito passará para R$
599,95 mil, -redução da dívida
em 36%.
A expectativa de arrecadação
com o programa é inferior a
10% do valor total da dívida, segundo informou o governador.
"Não será nem 10% do valor total da dívida, que hoje chega a
R$ 74 bilhões. Mas o programa
vai trazer alívio ao setor produtivo e mais recursos para o Estado", afirmou Serra. "Não
queremos empresas fechando
nem que São Paulo perca empregos. O programa tem como
objetivo dar apoio à produção,
coisa que falta no Brasil."
Paulo Skaf, presidente da
Fiesp, acredita que o programa
terá "boa adesão" das empresas. "O inadimplente não é sonegador. Quem sonega não declara. Se a empresa enfrenta dificuldades para suportar a carga tributária, atrasa o pagamento de impostos para poder
dar conta de pagar os fornecedores e os trabalhadores. É a
primeira vez que se tem notícia
de um programa que não sufoca o empresário para que mantenha seu fluxo de caixa."
O PPI estadual foi inspirado
no programa municipal do
mesmo nome, criado por Serra
em 2005, quando era prefeito,
para que os paulistanos quitem
débitos do IPTU e de taxas municipais. Na primeira fase, em
2006, o PPI municipal arrecadou R$ 1,856 bilhão. Na segunda etapa, iniciada em abril deste ano, a receita obtida atinge
R$ 264 milhões.
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