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Em mais um dia tenso, dólar sobe e Bolsa cai abaixo de 10 mil pontos
ANA PAULA RAGAZZI
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado financeiro brasileiro
viveu mais um dia de forte volatilidade ontem, mas os indicadores
ficaram em níveis mais positivos
se comparados com os do fechamento de terça-feira.
O risco-país brasileiro, calculado pelo JP Morgan, caiu 1,8%, para 1.698 pontos. O dólar subiu
0,48%, vendido a R$ 3,115. Durante o dia, a moeda norte-americana
chegou a aumentar 1,8%.
A Bolsa de Valores de São Paulo
fechou em baixa de 1,37%. Após
sete pregões operando acima dos
10 mil pontos, o Ibovespa caiu
abaixo desse nível e encerrou o
dia em 9.996 pontos.
Segundo analistas, o clima atual
do mercado reflete os temores
mundiais -a proximidade do
aniversário de um ano dos atentados terroristas, dia 11, uma piora
maior na atividade econômica
dos EUA e um possível ataque
norte-americano ao Iraque.
Como as incertezas são muito
fortes, aumenta a procura do investidor pelo ativo real. A compra
de ouro e de dólares, no caso do
Brasil, e do euro, em outras praças, fica favorecida. As ações não
atraem devido às suspeitas em relação à saúde financeira de grandes corporações.
A moeda norte-americana reduziu sua alta ontem após a entrevista do ministro da Fazenda, Pedro Malan. O anúncio do aumento do superávit primário deste
ano, de 3,75% para 3,88% do PIB,
agradou aos investidores internacionais, pois demonstra a responsabilidade fiscal do governo.
Mas operadores não souberam
precisar se o freio na alta veio da
fala do ministro, da venda de dólares feita pelo Banco Central ou
de uma operação de venda feita
realizada por um banco nacional.
Outra explicação para a pressão
no dólar nestes dias seria o vencimento, na próxima quarta-feira
(dia 11), de US$ 1,8 bilhão em dívida cambial. O mercado já teria começado a pressionar a cotação
-os títulos cambiais pagam taxa
de juros mais a variação do dólar
em determinado período.
Quanto maior o valor do dólar,
maior a diferença a ser recebida
pelos investidores. Em suas tentativas de rolagem de dívida cambial em meses anteriores, o mercado chegou a pedir juros superiores a 50% para aceitar o papel.
Operadores apontam, também,
que o dólar encontrou um patamar de oscilação entre R$ 3 e R$
3,20. A falta de liquidez prevalece
e ainda há dúvidas sobre a capacidade de José Serra (PSDB) chegar
ao segundo turno das eleições. O
BC fez leilão de linha externa de
US$ 60 milhões.
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