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ENERGIA
Empresas discutem a criação da Petroamérica, para a exploração e produção de petróleo; fusão já é descartada
Petrobras e PDVSA negociam associação
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
CÍNTIA CARDOSO
JOSÉ ALAN DIAS
ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO
O presidente da PDVSA, a estatal de petróleo da Venezuela, Alí
Rodríguez Araque, confirmou a
retomada de negociações com a
Petrobras para a criação de uma
nova empresa, a Petroamérica,
com capital das duas petrolíferas,
para a exploração e produção do
produto na América Latina.
De acordo com Alí, as negociações em andamento incluem somente associação, não a fusão das
estatais. Mas, a exemplo de outros
funcionários ligados ao governo
venezuelano, voltou a repetir que
um dos principais objetivos do
presidente Hugo Chávez é a formação de uma grande petrolífera
latino-americana. ""Isso [fusão"
poderá ocorrer em um futuro. No
momento não temos tanta ambição. Somos muito modestos. Por
enquanto, pensamos em associação", disse Rodríguez.
O diretor de abastecimento e refino da Petrobras, Rogério Manso, confirmou ter se reunido com representantes da PDVSA e também a ida de uma missão à Venezuela ainda neste mês. "Não há nada firmado sobre a Petroamérica", disse, acrescentando que o foco das parcerias é na área de exploração e produção.
Indagado se uma eventual fusão com a Petrobras não significaria
para a brasileira ser ""engolida" pela venezuelana, Alí minimizou:
""A Petrobras é enorme, com participação importante no mercado". A PDVSA produz 2,5 milhões de barris de petróleo/dia, e a Petrobras, 1,5 milhão.
O primeiro resultado da parceria deve ser a participação da Petrobras na exploração de gás na bacia de Deltana, na Venezuela.
Alí argumentou que, com a aquisição da argentina Perez Companc, a Petrobras produzirá gás e petróleo na Venezuela -onde os argentinos mantinham reservas.
Por sua vez, a PDVSA poderia aumentar as vendas de gasolina e outros derivados de petróleo para o Brasil. ""Nos últimos anos, caíram para menos de 250 mil barris por dia. Queremos pelo menos retomar esse nível", disse.
A primeira medida para cumprir essa meta foi o anúncio, na
segunda-feira, da entrada da marca PDV no Brasil. A estatal trará
derivados de petróleo da Venezuela e os distribuirá por meio de
uma rede formada a partir do postos de ""bandeira branca", revendedores que hoje não mantêm acordo de fidelidade com nenhuma marca.
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