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São Paulo, domingo, 05 de outubro de 2003

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POLÊMICA

Contrato foi firmado em 97 e deixa clara cobrança de taxa tecnológica

Monsanto e Embrapa têm acordo de cooperação técnica

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em 1997, dona de uma patente registrada no Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Intelectual) e antes mesmo do primeiro pedido de liberação para o cultivo comercial da soja transgênica, a Monsanto assinou contrato de cooperação técnica com a Embrapa para desenvolver sementes resistentes ao glifosato (substância que compõe o herbicida) e adaptadas às várias regiões do país.
O texto do contrato deixa claro que a Monsanto receberá dos produtores de sementes taxa pelo uso de sua tecnologia. "A taxa tecnológica a ser negociada e cobrada pela Monsanto dos parceiros da Embrapa não pode ser maior do que a cobrada de outros parceiros diretos da própria Monsanto", diz o texto.
Acordos semelhantes foram feitos com a Codetec (Cooperativa Central de Desenvolvimento Tecnológico), do Paraná, e a Pioneer, do Rio Grande do Sul.
Alexandre Cattelan, chefe-adjunto de comunicação e negócios da Embrapa Soja em Londrina (PR), onde são produzidas as cultivares de soja transgênica, avalia que a Monsanto poderá cobrar de US$ 15 a US$ 20 pelos direitos de propriedade intelectual do gene resistente ao herbicida.
Ivo Carraro, diretor da Codetec, acha que o custo de sementes por hectare plantado pode ir a R$ 150 com a taxa tecnológica.
As sementes desenvolvidas estariam disponíveis no mercado para o plantio em 2005 ou 2006. A Abrasem (Associação Brasileira dos Produtores de Sementes) quer garantir a imediata multiplicação por meio de emenda à medida provisória editada pelo governo para liberar o plantio neste ano de sementes clandestinas.


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