São Paulo, sexta-feira, 05 de outubro de 2007

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GE fecha fábrica de lâmpadas e cortará 900 no Rio

Eurico Dantas - 29.jun.07/Agência O Globo
Fábrica da GE no Rio, que será desativada em 2008 como parte de plano mundial de reestruturação

DA SUCURSAL DO RIO

A multinacional norte-americana GE (General Electric) anunciou ontem o fechamento de sua fábrica de lâmpadas no país, que emprega 900 pessoas e fica localizada no bairro de Maria da Graça, na zona norte do Rio de Janeiro. A fábrica será desativada a partir de 2008, com os funcionários já tendo sido comunicados da dispensa.
A empresa alega que a cada ano a unidade perde rentabilidade e que a desativação faz parte de um plano mundial de reestruturação da área de iluminação da companhia.
"A produção de lâmpadas, especialmente as incandescentes, principal produto da fábrica do Rio, é um negócio que apresenta queda de rentabilidade em várias partes do mundo", diz a GE em comunicado.
Pegos de surpresa com a notícia, os trabalhadores prometem resistir e buscam apoio do governo estadual para manter a fábrica em funcionamento. "Uma multinacional tão forte como a GE não pode simplesmente fechar e acabou, sem nenhuma contrapartida", diz Indalécio Wanderley Silva, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos da Cidade do Rio de Janeiro. Para os funcionários, afirma, a empresa disse que não tinha como manter a unidade por causa da concorrência com as lâmpadas chinesas, que invadiram o mercado brasileiro com a queda do dólar e são mais baratas do que as similares nacionais.
Já a GE diz que o fim das atividades faz parte de um processo de "reestruturação mundial do setor de iluminação" da empresa. "A reestruturação da GE Iluminação faz parte de uma estratégia mundial para atender a demanda cada vez mais crescente do mercado por produtos mais duráveis e eficientes." Serão ou já foram fechadas fábricas ou demitidos funcionários nos EUA, Europa e México. A reestruturação teve início no ano passado, com o fechamento de uma unidade de lâmpadas no Chile.
"É um momento difícil, mas necessário para a empresa. A realidade do negócio é que os custos para manter uma fábrica são crescentes, enquanto sua rentabilidade tem queda contínua, quando seus produtos já não respondem às demandas do mercado. Queremos continuar a atender o consumidor da melhor forma possível e vamos fazer isso", afirma o diretor de Relações Institucionais da GE, Newton Galvão.
Com o fim da produção local, a GE vai importar lâmpadas para atender ao mercado brasileiro. Desde o racionamento de 2001, o consumo caiu, e a produção da fábrica do Rio foi reduzida em 50%. Instalada há 70 anos no local, a unidade foi pioneira na produção de lâmpadas no país. Viu crescer, em seu entorno, a favela do Jacarezinho, uma das maiores e mais violentas do Rio que tomou espaço antes dedicado às empresas que integravam aquele pólo industrial da zona norte do Rio de Janeiro. A unidade já empregou mais de 8.000 pessoas nos anos 70. (PS)


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