São Paulo, sexta-feira, 05 de novembro de 2004

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INVESTIMENTOS

Recibos de empresas no exterior têm o maior volume em 5 meses

Estrangeiro troca Bolsa de SP por papéis brasileiros nos EUA

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O investidor estrangeiro tem vendido ações brasileiras para comprar outros papéis brasileiros. Apesar da saída de recursos estrangeiros que a Bovespa tem registrado em seu pregão, o volume negociado de ADRs tem crescido consideravelmente.
De agosto para outubro, o volume negociado com ADRs brasileiros cresceu US$ 1,25 bilhão.
Os ADRs (American Depositary Receipts) são recibos que representam ações de empresas de outros países negociados nos Estados Unidos. Em outubro, os ADRs brasileiros movimentaram US$ 5,53 bilhões, o maior volume em cinco meses. Os dados são da Economática.
O saldo entre compras e vendas de ações com capital estrangeiro na Bolsa de Valores de São Paulo chegou ao fim de outubro negativo em R$ 620 milhões. No ano, esse saldo está negativo em cerca de R$ 90 milhões.
"Não faria sentido o estrangeiro fugir de papéis brasileiros neste momento, em que o risco-país está baixo e as perspectivas econômicas são positivas. O que o investidor tem feito é vender ações no pregão da Bovespa para comprar ADRs ou os novos papéis que foram emitidos nos últimos meses", afirma Álvaro Bandeira, diretor da corretora Ágora Sênior.
Dados levantados pela Bovespa mostram que os estrangeiros levaram a maior fatia das ofertas primárias e secundárias de ações feitas por cinco empresas -Natura, CCR, Gol, ALL e Braskem- recentemente.
O mercado de fundos de investimentos doméstico encerrou outubro com captação negativa de R$ 2,5 bilhões: no primeiro mês de vigência da conta-investimento, os saques superaram as aplicações. No ano, a captação do mercado ainda está positiva em R$ 10,4 bilhões.
A Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento) afirma que "não foram detectados movimentos significativos de realocação de recursos" devido ao início da conta-investimento. Em outubro entrou em vigor a conta-investimento, que permite que as pessoas troquem de aplicações financeiras sem pagar CPMF.
Os fundos de renda fixa foram um dos que mais sofreram saques no mês passado. O segmento registrou captação negativa de R$ 1,54 bilhão no mês.
Isso se explica em parte pela elevação da taxa básica de juros acima do que era projetado pelo mercado. Em outubro, o Banco Central subiu a taxa básica em 0,50 ponto percentual. Isso fez com que fundos de renda fixa prefixados tivessem retorno negativo nos dias posteriores à decisão do Copom. Esse tipo de movimento costuma assustar o investidor.

Atratividade
Quem atraiu recursos em outubro foram os CDBs (Certificados de Depósito Bancário), que tiveram captação de R$ 2,8 bilhões no mês, até o dia 27.
A caderneta de poupança não foi o destino dos recursos que fugiram dos fundos. Em outubro, até o dia 27, a poupança teve captação negativa de R$ 1 bilhão, segundo o Banco Central.


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