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Cinco maiores bancos detêm agora 75% dos depósitos do país
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após a fusão entre Itaú e Unibanco, os cinco maiores bancos
do país, de um total de 98, passarão a responder por 75% dos
depósitos feitos em contas correntes, cadernetas de poupança e CDBs (Certificados de Depósito Bancário). Se considerados os dez maiores, a proporção
sobe para 88%.
Por outro lado, antes das
uniões entre Itaú e Unibanco e
Santander e ABN Real, ocorrida no ano passado, essa relação
estava em 65%. Os dados se referem às demonstrações financeiras fechadas pelos bancos
em junho, já que nem todas as
instituições finalizaram seus
balanços no terceiro trimestre.
A operação que resultou na
criação da maior instituição financeira do Brasil foi apenas
mais uma etapa do processo de
concentração que vem sendo
observado no setor bancário
nos últimos anos. Em 1995,
existiam 144 bancos operando
no país, e as cinco maiores instituições respondiam por 64%
dos depósitos bancários.
Dos dez maiores bancos da
época, cinco foram comprados
por seus concorrentes. O Santander, por exemplo, ficou com
o privatizado Banespa em 2000
e levou o ABN Real no ano passado depois da união de suas
matrizes no exterior. Banerj,
Credireal, BCN e BankBoston
são exemplos de bancos médios
que, ao longo dos últimos 13
anos, foram absorvidos por outras instituições.
Se consideradas as operações
de crédito, a concentração é um
pouco menor do que no caso
dos depósitos, devido à existência de várias financeiras de menor porte que atuam em segmentos específicos, como financiamento de veículos e empréstimos consignados.
Em 1995, os cinco maiores
bancos tinham sob sua responsabilidade 57% dos empréstimos concedidos pelo sistema
financeiro. Neste ano, a proporção havia subido para 63%.
Outra indicador usado para
medir a concentração do setor
bancário é a distribuição dos
ativos totais dos bancos -que
incluem todas as aplicações feitas pelas instituições, como
carteiras de crédito, investimentos em títulos públicos,
imóveis, entre outros itens. Entre 1995 e 2008, a parcela dos
ativos bancários nas mãos dos
cinco maiores passou de 56%
para 72%.
Por um lado, a menor quantidade de bancos causa uma redução na concorrência do setor. Há quem defenda, porém,
que as fusões ajudem a aumentar a eficiência do setor. Em tese, a união de duas ou mais instituições financeiras resulta em
redução em gastos. Com custos
menores, esses bancos conseguiriam cobrar juros e tarifas
menores de seus clientes.
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