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Trabalhadores do setor pedem reajuste de 10%
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O pagamento de baixos salários é o maior entrave para
que o setor da construção civil consiga encontrar mão-de-obra qualificada para repor as vagas abertas principalmente nas construtoras
paulistas. A avaliação é do
Sindicato dos Trabalhadores
da Construção Civil de São
Paulo, entidade que representa 250 mil na capital.
"Com os salários que estão
sendo pagos, os empregadores terão dificuldade para
encontrar pintores, carpinteiros, eletricistas e ajudantes. O crescimento do setor
nunca chega ao contracheque", diz Antonio Sousa Ramalho, presidente do sindicato. Por essa razão, diz, os
trabalhadores entregaram
um novo pedido de reajuste
há cerca de um mês e meio ao
Sinduscon-SP (reúne as
construtoras), em que pedem aumento de 10%. "O setor vai bem e espera crescer
10,2% em 2008. Pode pagar."
Nas negociações salariais
deste ano (a data-base é
maio), os operários receberam reajuste de 5,5%. Descontada a inflação, o aumento real chegou a 1,98%. "É
pouco. Um pedreiro ganha
R$ 785,20 mensais por uma
jornada de 44 horas. Se quiser ganhar mais, tem de "se
matar" e trabalhar o dobro de
horas em regime de tarefa."
Além dos salários baixos, o
sindicalista diz que os benefícios saem "na marra". "Para
conseguir que as construtoras nos dessem uma fruta e
um pãozinho com queijo no
café da manhã, tivemos de ir
à greve no início do ano."
João Claudio Robusti, presidente do Sinduscon-SP, diz
que, de fato, o setor vive momento de expansão, mas ela
está concentrada. "A expansão é pontual e ocorre na capital paulista, principalmente no segmento imobiliário.
Não é possível, de forma generalizada, o setor arcar com
aumento de custos fixos."
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