São Paulo, quarta-feira, 05 de dezembro de 2007

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Trabalhadores do setor pedem reajuste de 10%

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O pagamento de baixos salários é o maior entrave para que o setor da construção civil consiga encontrar mão-de-obra qualificada para repor as vagas abertas principalmente nas construtoras paulistas. A avaliação é do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Paulo, entidade que representa 250 mil na capital.
"Com os salários que estão sendo pagos, os empregadores terão dificuldade para encontrar pintores, carpinteiros, eletricistas e ajudantes. O crescimento do setor nunca chega ao contracheque", diz Antonio Sousa Ramalho, presidente do sindicato. Por essa razão, diz, os trabalhadores entregaram um novo pedido de reajuste há cerca de um mês e meio ao Sinduscon-SP (reúne as construtoras), em que pedem aumento de 10%. "O setor vai bem e espera crescer 10,2% em 2008. Pode pagar."
Nas negociações salariais deste ano (a data-base é maio), os operários receberam reajuste de 5,5%. Descontada a inflação, o aumento real chegou a 1,98%. "É pouco. Um pedreiro ganha R$ 785,20 mensais por uma jornada de 44 horas. Se quiser ganhar mais, tem de "se matar" e trabalhar o dobro de horas em regime de tarefa."
Além dos salários baixos, o sindicalista diz que os benefícios saem "na marra". "Para conseguir que as construtoras nos dessem uma fruta e um pãozinho com queijo no café da manhã, tivemos de ir à greve no início do ano."
João Claudio Robusti, presidente do Sinduscon-SP, diz que, de fato, o setor vive momento de expansão, mas ela está concentrada. "A expansão é pontual e ocorre na capital paulista, principalmente no segmento imobiliário. Não é possível, de forma generalizada, o setor arcar com aumento de custos fixos."


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