São Paulo, quarta-feira, 05 de dezembro de 2007

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Venda de aço sobe 18% no mercado interno

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Puxadas pelo boom dos setores automotivo e de construção civil, as vendas de aço cresceram 18% no mercado interno neste ano, estima o IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia). Foram comercializadas 20,7 milhões de toneladas, cifra recorde. Recorde também foi a produção das usinas brasileiras: 33,95 milhões de toneladas de aço bruto.
Só as exportações foram mal. Caíram 15,6% neste ano em razão do câmbio e do desvio do produto para o mercado interno, que vive em 2007 um ano de forte aquecimento, explicou o presidente do IBS, Rinaldo de Campos Soares.
O executivo, que também preside a Usiminas, ressaltou que 2007 "foi um ano muito bom para a siderurgia em todo o mundo", inclusive no Brasil.
O cenário de crescimento econômico e a forte recuperação dos setores automotivo e de construção impulsionaram a siderurgia brasileira, segundo ele. Os dois ramos correspondem, juntos, a 60% do consumo total de aço no país.
Campos Soares ressaltou o aquecimento da indústria automobilística, cuja produção deve chegar a 3 milhões de veículos neste ano. A produção de aço só não cresceu mais em 2007 porque o desempenho das vendas externas foi ruim.
Para 2008, o IBS também traça um quadro positivo, embora sem o mesmo vigor. Prevê crescimento de 10,8% na produção de aço, que deve alcançar 37,6 milhões de toneladas.
Já o consumo interno subirá 10%, estima o IBS. Não repetirá a marca de 2007 porque o setor automobilístico não deve manter o mesmo dinamismo deste ano, embora a previsão também seja de incremento da produção e das vendas.
No ano que vem, o IBS acredita que as exportações irão reagir, apesar do câmbio desfavorável. A previsão é de um crescimento de 17,9%, num ritmo mais intenso do que as vendas domésticas.
Para Campos Soares, a siderurgia nacional conseguiu, neste ano, fazer frente ao aumento de demanda e atender ao mercado. A estratégia, diz, foi desviar parte da exportação para o mercado interno, onde as condições de preço são melhores.
"Batemos recordes de consumo em 2007, mas a siderurgia brasileira tem condições de atender ao consumo nacional. Se for preciso, vamos desviar a produção que seria exportada até o limite, claro, de não sairmos do mercado externo."
Campos negou que o consumo aquecido tenha se traduzido em aumentos expressivos de preço, mas está preocupado com o reajuste previsto para o minério de ferro em 2008-a alta pode chegar a 50%.
Segundo o executivo, o setor também realiza investimentos para expandir a capacidade de produção e evitar gargalos que poderiam pressionar o preço.
De acordo com o IBS, já estão programados investimentos de US$ 17,2 bilhões na expansão de usinas já instaladas no país até 2012 para elevar a capacidade de produção em 15,1 milhões de toneladas. Alguns projetos já entraram em operação, como o da Gerdau Açominas e da Arcelor-Mittal Tubarão.
Com tais investimentos, a capacidade instalada do país saltou de 37 milhões de toneladas de aço no início de 2007 para 41 milhões de toneladas em 2008.
Até 2012, também devem se instalar no país mais quatro usinas, com produção estimada de 6,8 milhões de toneladas.


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