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Venda de aço sobe 18% no mercado interno
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Puxadas pelo boom dos setores automotivo e de construção
civil, as vendas de aço cresceram 18% no mercado interno
neste ano, estima o IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia).
Foram comercializadas 20,7
milhões de toneladas, cifra recorde. Recorde também foi a
produção das usinas brasileiras: 33,95 milhões de toneladas
de aço bruto.
Só as exportações foram mal.
Caíram 15,6% neste ano em razão do câmbio e do desvio do
produto para o mercado interno, que vive em 2007 um ano de
forte aquecimento, explicou o
presidente do IBS, Rinaldo de
Campos Soares.
O executivo, que também
preside a Usiminas, ressaltou
que 2007 "foi um ano muito
bom para a siderurgia em todo
o mundo", inclusive no Brasil.
O cenário de crescimento
econômico e a forte recuperação dos setores automotivo e de
construção impulsionaram a
siderurgia brasileira, segundo
ele. Os dois ramos correspondem, juntos, a 60% do consumo
total de aço no país.
Campos Soares ressaltou o
aquecimento da indústria automobilística, cuja produção deve
chegar a 3 milhões de veículos
neste ano. A produção de aço só
não cresceu mais em 2007 porque o desempenho das vendas
externas foi ruim.
Para 2008, o IBS também
traça um quadro positivo, embora sem o mesmo vigor. Prevê
crescimento de 10,8% na produção de aço, que deve alcançar
37,6 milhões de toneladas.
Já o consumo interno subirá
10%, estima o IBS. Não repetirá
a marca de 2007 porque o setor
automobilístico não deve manter o mesmo dinamismo deste
ano, embora a previsão também seja de incremento da produção e das vendas.
No ano que vem, o IBS acredita que as exportações irão
reagir, apesar do câmbio desfavorável. A previsão é de um
crescimento de 17,9%, num ritmo mais intenso do que as vendas domésticas.
Para Campos Soares, a siderurgia nacional conseguiu, neste ano, fazer frente ao aumento
de demanda e atender ao mercado. A estratégia, diz, foi desviar parte da exportação para o
mercado interno, onde as condições de preço são melhores.
"Batemos recordes de consumo em 2007, mas a siderurgia
brasileira tem condições de
atender ao consumo nacional.
Se for preciso, vamos desviar a
produção que seria exportada
até o limite, claro, de não sairmos do mercado externo."
Campos negou que o consumo aquecido tenha se traduzido em aumentos expressivos de
preço, mas está preocupado
com o reajuste previsto para o
minério de ferro em 2008-a
alta pode chegar a 50%.
Segundo o executivo, o setor
também realiza investimentos
para expandir a capacidade de
produção e evitar gargalos que
poderiam pressionar o preço.
De acordo com o IBS, já estão
programados investimentos de
US$ 17,2 bilhões na expansão
de usinas já instaladas no país
até 2012 para elevar a capacidade de produção em 15,1 milhões
de toneladas. Alguns projetos já
entraram em operação, como o
da Gerdau Açominas e da Arcelor-Mittal Tubarão.
Com tais investimentos, a capacidade instalada do país saltou de 37 milhões de toneladas
de aço no início de 2007 para 41
milhões de toneladas em 2008.
Até 2012, também devem se
instalar no país mais quatro
usinas, com produção estimada
de 6,8 milhões de toneladas.
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