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Pacote argentino tenta evitar corte de vagas
THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES
O governo da Argentina
anunciou um pacote emergencial de 13,2 bilhões de pesos (R$
9,3 bilhões) em linhas de crédito para indústria, comércio exterior e consumo de veículos e
eletrodomésticos. Reduziu ainda os impostos sobre as exportações de trigo e soja.
As medidas se somam aos
anúncios anticrise da semana
passada, que incluíram uma
ampla moratória de dívidas fiscais, redução de impostos para
repatriação de capitais e de encargos sociais em novas contratações. Em contrapartida, as
empresas devem se comprometer a não demitir pessoal.
"Esse plano não é para subsidiar a rentabilidade de um país
que cresceu a 8%, 9% nos últimos anos, porque isso é impossível", afirmou a presidente
Cristina Kirchner.
O pacote chega em um momento em que estimativas privadas antecipam uma recessão
na Argentina em 2009, que seria a primeira desde a crise de
2001-2002. O PIB do país cresce a uma média anual de 8,8%
desde 2003.
O incentivo à indústria automobilística prevê 3,1 bilhões de
pesos (R$ 2,2 bilhões) em créditos para compra de carros zero-quilômetro por quem nunca
teve um veículo. Cristina afirmou que as condições dos créditos ainda estão sendo negociadas com o setor, mas a associação de concessionárias informou que financiarão modelos populares produzidos na
Argentina e no Brasil.
A compra de caminhões e
utilitários será financiada em
650 milhões de pesos (R$ 461
milhões). Novembro foi o pior
mês desde 2003 para a indústria argentina de veículos -a
produção caiu 28% em relação
ao mesmo período de 2007.
Haverá ainda 3,5 bilhões de
pesos (R$ 2,4 bilhões) para
compra de itens da linha branca (como geladeiras) e 5,95 bilhão de pesos (R$ 4,2 bilhões)
para financiar exportações e
capital de giro da indústria de
manufaturas, de pequenas empresas e do setor agrícola.
Outro agrado ao campo foi a
redução de cinco pontos percentuais nas alíquotas dos impostos sobre exportações de
trigo (28% para 23%) e milho
(25% para 20%). O plano determina ainda corte de um ponto
percentual nos impostos para
cada tonelada extra de trigo e
milho produzida em 2009.
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