São Paulo, sexta-feira, 05 de dezembro de 2008

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Pacote argentino tenta evitar corte de vagas

THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES

O governo da Argentina anunciou um pacote emergencial de 13,2 bilhões de pesos (R$ 9,3 bilhões) em linhas de crédito para indústria, comércio exterior e consumo de veículos e eletrodomésticos. Reduziu ainda os impostos sobre as exportações de trigo e soja.
As medidas se somam aos anúncios anticrise da semana passada, que incluíram uma ampla moratória de dívidas fiscais, redução de impostos para repatriação de capitais e de encargos sociais em novas contratações. Em contrapartida, as empresas devem se comprometer a não demitir pessoal.
"Esse plano não é para subsidiar a rentabilidade de um país que cresceu a 8%, 9% nos últimos anos, porque isso é impossível", afirmou a presidente Cristina Kirchner.
O pacote chega em um momento em que estimativas privadas antecipam uma recessão na Argentina em 2009, que seria a primeira desde a crise de 2001-2002. O PIB do país cresce a uma média anual de 8,8% desde 2003.
O incentivo à indústria automobilística prevê 3,1 bilhões de pesos (R$ 2,2 bilhões) em créditos para compra de carros zero-quilômetro por quem nunca teve um veículo. Cristina afirmou que as condições dos créditos ainda estão sendo negociadas com o setor, mas a associação de concessionárias informou que financiarão modelos populares produzidos na Argentina e no Brasil.
A compra de caminhões e utilitários será financiada em 650 milhões de pesos (R$ 461 milhões). Novembro foi o pior mês desde 2003 para a indústria argentina de veículos -a produção caiu 28% em relação ao mesmo período de 2007.
Haverá ainda 3,5 bilhões de pesos (R$ 2,4 bilhões) para compra de itens da linha branca (como geladeiras) e 5,95 bilhão de pesos (R$ 4,2 bilhões) para financiar exportações e capital de giro da indústria de manufaturas, de pequenas empresas e do setor agrícola.
Outro agrado ao campo foi a redução de cinco pontos percentuais nas alíquotas dos impostos sobre exportações de trigo (28% para 23%) e milho (25% para 20%). O plano determina ainda corte de um ponto percentual nos impostos para cada tonelada extra de trigo e milho produzida em 2009.


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