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Vendas no varejo dos EUA têm o seu pior mês em 39 anos
DA REDAÇÃO
As vendas do varejo nos Estados Unidos tiveram o pior resultado mensal desde 1969 em
novembro, período que é tradicionalmente positivo para o setor. Segundo o Conselho Internacional de Shopping Centers
(ICSC, na sigla em inglês), as
vendas recuaram 2,7% no mês
passado, o pior resultado nos
39 anos da pesquisa. Em outubro, elas caíram 0,9%.
Os resultados negativos se
espalharam praticamente por
lojas de todos os setores. Desde
a Gap, do setor de roupas, até a
rede de departamento Target,
passando pelas lojas de luxo da
Saks, as vendas despencaram.
O total de vendas em novembro
da JCPenney, por exemplo,
caiu 11,9% ante igual período de
2007, e o da Target, 10,4%.
Um dos raros pontos positivos foi o Wal-Mart, que comercializou 3,4% mais que no mesmo período do ano passado,
mostrando que os consumidores americanos estão procurando opções mais baratas -o
mesmo cenário ocorreu em outubro. Segundo a pesquisa da
ICSC (que leva em conta 37
grandes redes), sem o resultado
do Wal-Mart, as vendas do varejo teriam caído 7,7%.
As vendas só tiveram impulso na semana final de novembro, com os grandes descontos
da "Sexta-Feira Negra", logo
após o dia de Ação de Graças e
que marca o início da temporada de compras nos EUA.
Um dos motivos para a queda
nas vendas é que muitas pessoas foram demitidas ou temem perder seus empregos, reduzindo seus gastos. O número
de pessoas que recebem seguro-desemprego atingiu na semana de 22 de novembro o
maior nível desde 1982 -ano
de uma das recessões mais longas dos EUA (com duração de
16 meses) com a qual esta, que
começou em dezembro do ano
passado, promete rivalizar.
A taxa de desemprego em outubro chegou a 6,5% (a maior
em 14 anos) e mais de 1,2 milhão de pessoas perderam seu
trabalho neste ano. Os dados de
novembro, que saem hoje, prometem ser ainda piores.
E os primeiros dias deste mês
mostram que ele não deve ser
muito diferente. Apenas ontem, empresas anunciaram
mais de 20 mil cortes. A maior
redução foi da AT&T, de telefonia, que anunciou a demissão
de 12 mil (4% do total). A DuPont, do setor químico, cortou
2.500, a Viacom (mídia), 850, e
a Adobe (tecnologia), 600.
Esse número pode crescer
ainda muito mais, dependendo
do resultado das negociações
das montadoras com o Congresso americano. No primeiro
dia de encontro, os senadores
se mostraram reticentes em
ajudar a GM, a Ford e a
Chrysler, que querem empréstimo de US$ 34 bilhões.
As duas que parecem em estado mais crítico, GM e
Chrysler, não descartaram uma
fusão, mas disseram que não
pretendem pedir concordata.
Juntas, elas pedem US$ 11 bilhões, ainda neste mês.
Para o setor imobiliário, onde começaram os problemas, o
Tesouro estuda um plano para
reduzir os juros e estimular esse mercado, que vive grave crise, diz o "Washington Post". O
presidente do BC dos EUA, Ben
Bernanke, pediu novas medidas para impedir que mais pessoas percam suas casas.
Com agências internacionais
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