São Paulo, sexta-feira, 05 de dezembro de 2008

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Vendas no varejo dos EUA têm o seu pior mês em 39 anos

DA REDAÇÃO

As vendas do varejo nos Estados Unidos tiveram o pior resultado mensal desde 1969 em novembro, período que é tradicionalmente positivo para o setor. Segundo o Conselho Internacional de Shopping Centers (ICSC, na sigla em inglês), as vendas recuaram 2,7% no mês passado, o pior resultado nos 39 anos da pesquisa. Em outubro, elas caíram 0,9%.
Os resultados negativos se espalharam praticamente por lojas de todos os setores. Desde a Gap, do setor de roupas, até a rede de departamento Target, passando pelas lojas de luxo da Saks, as vendas despencaram. O total de vendas em novembro da JCPenney, por exemplo, caiu 11,9% ante igual período de 2007, e o da Target, 10,4%.
Um dos raros pontos positivos foi o Wal-Mart, que comercializou 3,4% mais que no mesmo período do ano passado, mostrando que os consumidores americanos estão procurando opções mais baratas -o mesmo cenário ocorreu em outubro. Segundo a pesquisa da ICSC (que leva em conta 37 grandes redes), sem o resultado do Wal-Mart, as vendas do varejo teriam caído 7,7%.
As vendas só tiveram impulso na semana final de novembro, com os grandes descontos da "Sexta-Feira Negra", logo após o dia de Ação de Graças e que marca o início da temporada de compras nos EUA.
Um dos motivos para a queda nas vendas é que muitas pessoas foram demitidas ou temem perder seus empregos, reduzindo seus gastos. O número de pessoas que recebem seguro-desemprego atingiu na semana de 22 de novembro o maior nível desde 1982 -ano de uma das recessões mais longas dos EUA (com duração de 16 meses) com a qual esta, que começou em dezembro do ano passado, promete rivalizar.
A taxa de desemprego em outubro chegou a 6,5% (a maior em 14 anos) e mais de 1,2 milhão de pessoas perderam seu trabalho neste ano. Os dados de novembro, que saem hoje, prometem ser ainda piores.
E os primeiros dias deste mês mostram que ele não deve ser muito diferente. Apenas ontem, empresas anunciaram mais de 20 mil cortes. A maior redução foi da AT&T, de telefonia, que anunciou a demissão de 12 mil (4% do total). A DuPont, do setor químico, cortou 2.500, a Viacom (mídia), 850, e a Adobe (tecnologia), 600.
Esse número pode crescer ainda muito mais, dependendo do resultado das negociações das montadoras com o Congresso americano. No primeiro dia de encontro, os senadores se mostraram reticentes em ajudar a GM, a Ford e a Chrysler, que querem empréstimo de US$ 34 bilhões.
As duas que parecem em estado mais crítico, GM e Chrysler, não descartaram uma fusão, mas disseram que não pretendem pedir concordata. Juntas, elas pedem US$ 11 bilhões, ainda neste mês.
Para o setor imobiliário, onde começaram os problemas, o Tesouro estuda um plano para reduzir os juros e estimular esse mercado, que vive grave crise, diz o "Washington Post". O presidente do BC dos EUA, Ben Bernanke, pediu novas medidas para impedir que mais pessoas percam suas casas.

Com agências internacionais



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