São Paulo, domingo, 06 de abril de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

outro lado

Emissoras contestam mapa de TV digital

TVs questionam metodologia empregada em levantamento e afirmam que sinal que transmitem tem boa qualidade

DO COLUNISTA DA FOLHA

As emissoras de TV contestam o estudo da Philips que aponta problemas na recepção de sinal digital na Grande SP.
"O trabalho não tem metodologia científica e não pode ser considerado resultado da cobertura das emissoras. A Universidade Mackenzie mediu nossa cobertura e concluiu que o sinal está excelente. A Philips faz teste com índice alto para não se comprometer com o aparelho dela. O mapa é para arrumar menos encrenca possível na central de atendimento ao consumidor", diz Khalled Adib, superintendente de operações da Rede TV!.
"O objetivo do levantamento não é avaliar a eficiência da propagação do sinal das emissoras. Nosso propósito é informar o consumidor para que ele tome a decisão de compra de forma consciente", diz Walter Duran, diretor da Philips.
A Band e a Record afirmaram desconhecer a medição e a metodologia empregada. "A Band assegura a boa qualidade do seu sinal", afirmou a emissora em nota. "Estamos realizando a nossa pesquisa, com instrumentação profissional e adequada para isso, e o que podemos afirmar é que o sinal está presente em todos os pontos, exceto aqueles localizados em áreas de sombra ou obstruídas", diz José Marcelo Amaral, diretor da Record.

Antena
Diretora de telecomunicações da Globo e suplente do conselho deliberativo do Fórum SBTVD (Sistema Brasileiro de TV Digital, entidade que reúne emissoras e fabricantes), Liliana Nakonechnyj afirma que "nunca foi dito que a TV digital não precisaria de antena externa" para "pegar".
"O sinal, para chegar às casas, precisa passar por paredes. Quando não passa, a antena externa é necessária", diz. "Nosso sistema é o melhor para antena interna. O que não quer dizer que 100% dos casos funcionem com antena interna", diz.
Nesta semana, o fórum lança em seu site um mapa de cobertura de TV digital na Grande São Paulo, feito a partir de simulações teóricas. O mapa é mais conservador do que o da Philips. Prevê o uso de antena externa mesmo nas proximidades das torres de TV e calcula em 13 km o raio de cobertura plena da TV digital, a partir da avenida Paulista. Nas medições da Philips, o raio é de 20 km.
"Num raio de 12 km a 13 km da avenida Paulista, há um sinal forte o bastante para, em muitos casos, ser captado com antena interna", diz Liliana. "Mas, se você mora em Embu ou em Santana do Parnaíba, a cobertura é ruim", afirma.
A engenheira diz que, "no futuro", poderão ser instalados repetidores de sinais para cobrir áreas de sombra e regiões da Grande São Paulo atualmente com sinal fraco. Mas, segundo ela, isso ainda depende de regulamentação e de testes do governo federal.
Procurada, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) não se manifestou. O Ministério das Comunicações informou, via assessoria de imprensa, que considera o desempenho da TV digital em São Paulo "extremamente positivo" e que os preços dos conversores "já estão caindo".


Texto Anterior: Clientes podem pedir de volta dinheiro pago pelo conversor
Próximo Texto: Venda de conversor está abaixo das expectativas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.