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Venda de conversor está abaixo das expectativas
TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO
A Positivo Informática foi o
primeiro fabricante a admitir
que as vendas de conversores
para TV digital estão abaixo do
esperado. A empresa interrompeu a produção dos equipamentos porque diz já ter estoque suficiente para atender a
demanda até o final deste ano.
"Fomos a empresa que mais
vendeu set-top box no mercado
e posso afirmar que não existem mais de 20 mil casas paulistanas assistindo à TV digital
neste momento", afirmou Hélio Rotenberg, presidente da
Positivo, à Reuters, na quinta-feira. Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa
da empresa não confirmou as
declarações dadas à agência.
Os outros fabricantes não
quiseram contabilizar as vendas. Gradiente e CCE, que
anunciaram conversores na
época do lançamento da TV digital, nem chegaram a colocar o
produto no varejo. A Eletros
(associação do setor) afirmou,
em nota, que esse é "um mercado ainda restrito, mas que está
crescendo de forma gradual".
Entre os pesquisados, o aparelho da Positivo continua sendo o mais barato, apesar de ter
o mesmo preço sugerido ao varejo desde dezembro: R$ 499
(para TVs de 480 linhas) e
R$ 699 (1.080 linhas).
Na Philips, que afirmou apenas que as vendas estão dentro
do esperado, o preço caiu de
R$ 1.099 para R$ 899 (1.080 linhas), e o da TV de alta definição de 52" (polegadas) com o
aparelho embutido foi de
R$ 12.999 para R$ 10.999.
A Samsung também reduziu
os valores das TVs de 40" -R$
7.999 para R$ 6.999- e de 52",
de R$ 14.999 para R$ 11.999. As
da LG, anunciadas em dezembro, só chegaram ao comércio
em março. Os preços dos conversores da Semp Toshiba e da
Sony foram mantidos, assim
como o da TV de 42" da Philips.
Os varejistas também não revelam as vendas, alegando que
são dados estratégicos. Só o diretor de áudio e vídeo da Ponto
Frio, Roberto Rangel, deu uma
pista: "Não estão tão aquecidas
quanto se imaginava".
Na opinião de Eduardo Tude,
presidente da Teleco, consultoria especializada em telecomunicações, o cronograma esparso para a implementação do sinal acabou não criando "massa
crítica" para os produtos.
Para Guido Lemos, um dos
coordenadores de desenvolvimento do Ginga, software que
viabiliza a interatividade plena
(envio de dados às emissoras),
o recurso "se tornou uma possibilidade de destravar o mercado". A nova ferramenta, diz, seria uma boa razão para os telespectadores ainda reticentes decidirem comprar os conversores. O outro lado da moeda é
que muitos podem não ter o
equipamento por estarem à espera da versão mais moderna.
A TQTVD lança, em julho, o
aplicativo que usa as especificações do Ginga e será inserido
nos conversores para permitir
a interatividade. Para David
Britto, diretor da empresa, é
possível que o produto chegue
ao varejo ainda neste ano. "Vai
depender do apetite de cada fabricante em acelerar o processo." É preciso fazer testes para
que as tecnologias "se entendam" e a TV não "trave".
Já Luiz Eduardo Leite, diretor-executivo da Mopa, concorrente da TQTVD, afirma que
"talvez mais de um fabricante"
tenha o conversor com o aplicativo ainda neste semestre. "Do
ponto de vista técnico, alguns já
teriam condições de lançar,
mas é o fabricante que decide o
melhor momento."
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