São Paulo, domingo, 06 de abril de 2008

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Venda de conversor está abaixo das expectativas

TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO

A Positivo Informática foi o primeiro fabricante a admitir que as vendas de conversores para TV digital estão abaixo do esperado. A empresa interrompeu a produção dos equipamentos porque diz já ter estoque suficiente para atender a demanda até o final deste ano.
"Fomos a empresa que mais vendeu set-top box no mercado e posso afirmar que não existem mais de 20 mil casas paulistanas assistindo à TV digital neste momento", afirmou Hélio Rotenberg, presidente da Positivo, à Reuters, na quinta-feira. Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da empresa não confirmou as declarações dadas à agência.
Os outros fabricantes não quiseram contabilizar as vendas. Gradiente e CCE, que anunciaram conversores na época do lançamento da TV digital, nem chegaram a colocar o produto no varejo. A Eletros (associação do setor) afirmou, em nota, que esse é "um mercado ainda restrito, mas que está crescendo de forma gradual".
Entre os pesquisados, o aparelho da Positivo continua sendo o mais barato, apesar de ter o mesmo preço sugerido ao varejo desde dezembro: R$ 499 (para TVs de 480 linhas) e R$ 699 (1.080 linhas).
Na Philips, que afirmou apenas que as vendas estão dentro do esperado, o preço caiu de R$ 1.099 para R$ 899 (1.080 linhas), e o da TV de alta definição de 52" (polegadas) com o aparelho embutido foi de R$ 12.999 para R$ 10.999.
A Samsung também reduziu os valores das TVs de 40" -R$ 7.999 para R$ 6.999- e de 52", de R$ 14.999 para R$ 11.999. As da LG, anunciadas em dezembro, só chegaram ao comércio em março. Os preços dos conversores da Semp Toshiba e da Sony foram mantidos, assim como o da TV de 42" da Philips.
Os varejistas também não revelam as vendas, alegando que são dados estratégicos. Só o diretor de áudio e vídeo da Ponto Frio, Roberto Rangel, deu uma pista: "Não estão tão aquecidas quanto se imaginava".
Na opinião de Eduardo Tude, presidente da Teleco, consultoria especializada em telecomunicações, o cronograma esparso para a implementação do sinal acabou não criando "massa crítica" para os produtos.
Para Guido Lemos, um dos coordenadores de desenvolvimento do Ginga, software que viabiliza a interatividade plena (envio de dados às emissoras), o recurso "se tornou uma possibilidade de destravar o mercado". A nova ferramenta, diz, seria uma boa razão para os telespectadores ainda reticentes decidirem comprar os conversores. O outro lado da moeda é que muitos podem não ter o equipamento por estarem à espera da versão mais moderna.
A TQTVD lança, em julho, o aplicativo que usa as especificações do Ginga e será inserido nos conversores para permitir a interatividade. Para David Britto, diretor da empresa, é possível que o produto chegue ao varejo ainda neste ano. "Vai depender do apetite de cada fabricante em acelerar o processo." É preciso fazer testes para que as tecnologias "se entendam" e a TV não "trave".
Já Luiz Eduardo Leite, diretor-executivo da Mopa, concorrente da TQTVD, afirma que "talvez mais de um fabricante" tenha o conversor com o aplicativo ainda neste semestre. "Do ponto de vista técnico, alguns já teriam condições de lançar, mas é o fabricante que decide o melhor momento."


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