São Paulo, sábado, 06 de maio de 2006

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"INVASÃO VENEZUELANA"

PDVSA leva mais técnicos para a Bolívia

Reportagem localiza 28 pessoas; presidente da YPFB dissera que haveria apenas 12 no país

DO ENVIADO A SANTA CRUZ DE LA SIERRA

A reportagem da Folha localizou ontem à tarde a equipe de 28 técnicos que a gigante venezuelana PDVSA mantém desde a semana passada em Santa Cruz de la Sierra, cidade que concentra as sedes das principais multinacionais em operação na Bolívia e algumas instalações importantes -como a refinaria da Petrobras Guillermo Elder Bell, a maior do país e nacionalizada pelo decreto da última segunda.
A equipe da PDVSA está hospedada desde a semana passada no hotel Royal, no bairro nobre de Equipetrol. O número de técnicos, informado à reportagem por um integrante da equipe, contradiz as declarações do presidente da estatal boliviana YPFB, Jorge Alvarado. Na última quarta-feira, afirmou que havia só 12 técnicos da PDVSA no país, dos quais 6 estavam em Santa Cruz.
O porta-voz do grupo, que não quis gravar entrevista, disse que o grupo está no país por meio de um "acordo de cooperação técnica" entre os dois países, mas não quis detalhar o seu trabalho e indicou Miguel Tarazana como porta-voz do recém-aberto escritório da PDVSA, em La Paz. Tarazana, por sua vez, disse à reportagem que ninguém da estatal venezuelana na Bolívia está autorizado a dar entrevistas.
A presença de técnicos da PDVSA na Bolívia, além dos encontros de Evo Morales com o colega Hugo Chávez às vésperas e dias depois do decreto da nacionalização, tem provocado especulações sobre qual o grau da participação venezuelana em todo esse processo. Na avaliação interna da Petrobras Bolívia, cujas instalações já foram visitadas por técnicos da PDVSA, há uma "predominância" da estatal venezuelana sobre a YPFB.
Aproximadamente 20 minutos após a reportagem ter conversado com os integrantes da missão no lobby do hotel, dois funcionários da PDVSA -entre eles Deive Gonzalez, identificado como chefe do grupo- entraram num dos três carros da estatal YPFB parados diante do prédio. A Folha os seguiu até o destino final: uma butique da marca norte-americana Tommy Hilfiger. (FM)


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