São Paulo, sábado, 06 de maio de 2006

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Exportação e venda interna caem em abril

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

As vendas internas, a exportação e a produção da indústria automobilística registraram queda no mês passado. O estoque de unidades paradas nos pátios e nas concessionárias continuou a crescer: passou de 29 dias em março para 39 dias em abril, informou ontem a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
Menor número de dias úteis no mês pressionou o resultado de abril para baixo, na comparação com o desempenho de março.
O setor ainda trabalha com estimativa de desaceleração na venda ao exterior e na produção nos próximos meses até dezembro.
Números negativos não são reflexo de um desempenho ruim generalizado dos fabricantes no país. Até o momento, a venda interna está elevada.
A questão é que, com o tombo do dólar, que perde valor desde 2005, quem focou os planos de investimento nas vendas externas, vai mal. E a indústria ainda tenta adaptar o seu ritmo de produção às vendas e ao estoque.

Retração
No mês passado, o volume de automóveis novos licenciados atingiu 131,2 mil unidades, uma retração de 16,4% sobre o mês anterior. Na comparação com abril de 2005, a queda foi de 4,7%.
Já nas exportações, a receita com vendas encolheu 9,4% sobre março (atingiu US$ 907 milhões).
Com retração nas vendas externas, as máquinas fabricaram menos. Os números da associação mostram que a produção teve queda de 11,1% sobre março e 2,7% sobre o ano passado.
No caso do resultado de abril, é preciso levar em conta que o mês teve dois dias úteis a menos do que em igual período de 2005 e cinco dias a menos do que em março de 2006. Se descontado esse efeito, a produção teria subido 13,7% sobre março e 2,7% em relação a abril de 2005.
"Cerca de 70% dos meses de abril registram resultados negativos. Nossa preocupação não está focada nessa questão sazonal. É o efeito do câmbio nos resultados que nos afeta. O dólar, até agora, não achou um ponto de equilíbrio", disse Rogelio Golfarb, presidente da Anfavea. O dólar médio ficou em R$ 2,43 em 2005. Nesta semana, fechou em R$ 2.
A expectativa da entidade é que no ano a exportação suba 2,7%. Assim, haverá queda nas vendas externas até dezembro -considerando que, até abril de 2006, a alta é de 8%. Cenário semelhante se repete na produção. Há elevação de 5% até abril, mas se espera alta no ano de 4,5%.


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