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Venda de carros registra o pior
desempenho dos últimos dez anos
FABIANA FUTEMA
DA FOLHA ONLINE
As montadoras instaladas no
país tiveram no período de março
a maio o pior desempenho em
vendas para o mercado interno
dos últimos dez anos, informou
ontem a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
Em maio, a indústria automobilística vendeu 106,6 mil veículos.
Se os números forem somados às
102,5 mil unidades comercializadas em março e às 108,4 mil de
abril, a indústria terá registrado o
pior trimestre de vendas nesse período de três meses dos últimos
dez anos.
Apesar da queda nas vendas, a
produção se manteve em ritmo
forte, o que aumentou os estoques
de carros, que somam 170,7 mil
nas fábricas e concessionárias.
Em maio foram fabricados
165,3 mil carros, um aumento de
2,6% na comparação com maio
do ano passado e de 10,3% em relação a abril de 2003.
Como consequência, algumas
indústrias já começaram a dar férias coletivas para seus funcionários para adequar a produção à
demanda (leia texto ao lado).
Para desovar os estoques, a Anfavea chamou o Sindipeças (sindicato dos fabricantes de autopeças) e os metalúrgicos do ABC para discutir uma saída para aumentar as vendas.
O programa emergencial deve
ser entregue ao governo federal
em 15 dias, segundo o presidente
do Sindicato dos Metalúrgicos do
ABC, Luiz Marinho.
"Estamos todos juntos desenhando um projeto para ampliar
a venda de carros novos no país",
disse Marinho.
Entre as idéias em debate, está o
programa de renovação da frota
de veículos, com incentivos fiscais
e facilidades no crédito.
A Anfavea revisou para baixo as
estimativas de desempenho do
setor para este ano. Para 2003, a
associação espera vender 5% menos do que em 2002. Também reduziu de 5% para 3% a expectativa de aumento da produção.
Exportações
A única previsão que a associação manteve para este ano foi a
projeção de encerrar o ano com
um crescimento nas exportações
de 20% em relação a 2002.
As montadoras exportaram em
maio o equivalente a US$ 430,109
milhões. No ano, as vendas externas já cresceram 33% em relação
aos números de 2002.
O resultado positivo das exportações não animou a indústria. "A
exportação sozinha não é suficiente para dar sustentabilidade
ao setor, que precisa crescer por
meio das vendas para o mercado
interno", disse o presidente da
Anfavea, Ricardo Carvalho.
Carvalho disse que "uma pequena redução da Selic" poderia
trazer o consumidor de volta às
compras. "A nossa indústria tem
uma dependência muito grande
das linhas de financiamento."
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