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DISTENSÃO
C-Bond volta a se valorizar e bate novo recorde, cotado a US$ 0,9150; risco-país recua para 747 pontos
Dólar cai para o menor valor em 11 meses
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Um tombo de 2,02% levou o dólar a seu menor valor em quase 11
meses. No mercado internacional, os C-Bonds alcançaram sua
cotação recorde, vendidos a US$
0,9150 no fim dos negócios.
O dólar fechou vendido a R$
2,86, no menor preço do dia. A
moeda norte-americana já iniciou o dia em queda, que ganhou
força após a notícia da aprovação
do texto básico da reforma da
Previdência na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) da
Câmara. A relativa facilidade com
que o governo conseguiu a aprovação do texto aumentou o otimismo do mercado em relação ao
andamento das reformas.
Com a conclusão de mais uma
captação de recursos no exterior
por um banco brasileiro, o dólar
não teve forças para se recuperar
diante do real. Ontem foi a vez de
o Banespa anunciar uma captação, de US$ 125 milhões. Na quarta-feira, o banco Votorantim havia captado US$ 180 milhões.
"Os rumores sobre a possibilidade de o governo aproveitar o
momento para voltar a captar recursos no exterior cresceram ainda mais, o que ajudou a derrubar
o dólar. O fato é que há compradores para títulos brasileiros, como mostra a escalada dos C-Bonds", afirma Alexandre Vasarhelyi, chefe da mesa de câmbio do
banco ING.
Os C-Bonds, papéis mais negociados da dívida externa do Brasil,
fecharam ontem com alta de
1,17%. No ano, os títulos acumulam valorização de 36,5%.
O risco-país, espécie de termômetro da confiança do investidor
externo no Brasil, teve desvalorização de 3,5% e fechou em 747
pontos. Um dos efeitos da queda
do risco é a diminuição do custo
para conseguir empréstimos no
mercado internacional.
Segundo Vasarhelyi, nem mesmo a maior procura de dólares
por parte de importadores e instituições interessadas em "hedge",
atraídos pela baixa cotação do dólar, tem sido suficiente para evitar
o recuo da moeda. "O fluxo positivo tem mantido o dólar nos
atuais níveis."
Na segunda-feira da semana
passada, o dólar foi fortemente
pressionado, fechando em R$
3,03, após o Banco Central modificar as regras de rolagem de sua
dívida cambial. O temor do mercado era que o BC passasse a rolar
percentuais menores de sua dívida, o que resultaria em menor volume de "hedge" disponível no
mercado. Mas, como isso não
aconteceu -o BC rolou 95% de
sua dívida nesta semana-, a
pressão no câmbio diminuiu.
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