São Paulo, domingo, 06 de junho de 2004

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Setor de soja da China suspeita de quebra contratual

DE PEQUIM

O mercado de soja na China está tomado de rumores de que os importadores do país estão quebrando contratos de produtos já embarcados, para comprar a mercadoria pelo preço atual, que está cerca de US$ 100 abaixo dos US$ 360 por tonelada do ano passado.
Apesar dos rumores, nenhum "trader" aponta casos concretos de rompimento de contrato. O representante de uma grande "trading" norte-americana diz que é pouco provável a rescisão de contratos de mercadorias já embarcadas, mas afirma que há pressão dos chineses para rever acordos de carregamentos que ainda não deixaram o país de origem.
Segundo o executivo de outra grande "trading", os compradores chineses costumam agir em bloco e estariam forçando os preços para baixo mesmo em relação aos carregamentos que não apresentam problemas sanitários ou de qualidade.
O fato é que importadores chineses também estão sendo prejudicados com o não-desembarque da soja vinda do Brasil. Pedro Wang, diretor da Shanghai Gaoyuan Investment & Development Co., afirma que algumas esmagadoras de soja chinesas tiveram de suspender suas atividades por até um mês por falta do produto.
Wang, que morou no Brasil, acredita que o problema com a soja esteja agravado pela política de restrição de crédito do governo chinês. Sem financiamento, compradores estariam descumprindo os contratos.
O representante de uma das grandes "tradings" diz estar convencido de que há uma manobra entre governo e compradores chineses para forçar a renegociação dos contratos. Segundo ele, é mais vantajoso para o comprador rescindir os contratos, pagar a multa prevista e comprar pelo preço atual no mercado. (CT)


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