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Setor de soja da China suspeita de quebra contratual
DE PEQUIM
O mercado de soja na China
está tomado de rumores de que
os importadores do país estão
quebrando contratos de produtos já embarcados, para
comprar a mercadoria pelo
preço atual, que está cerca de
US$ 100 abaixo dos US$ 360
por tonelada do ano passado.
Apesar dos rumores, nenhum "trader" aponta casos
concretos de rompimento de
contrato. O representante de
uma grande "trading" norte-americana diz que é pouco provável a rescisão de contratos de
mercadorias já embarcadas,
mas afirma que há pressão dos
chineses para rever acordos de
carregamentos que ainda não
deixaram o país de origem.
Segundo o executivo de outra
grande "trading", os compradores chineses costumam agir
em bloco e estariam forçando
os preços para baixo mesmo
em relação aos carregamentos
que não apresentam problemas sanitários ou de qualidade.
O fato é que importadores
chineses também estão sendo
prejudicados com o não-desembarque da soja vinda do
Brasil. Pedro Wang, diretor da
Shanghai Gaoyuan Investment
& Development Co., afirma
que algumas esmagadoras de
soja chinesas tiveram de suspender suas atividades por até
um mês por falta do produto.
Wang, que morou no Brasil,
acredita que o problema com a
soja esteja agravado pela política de restrição de crédito do governo chinês. Sem financiamento, compradores estariam
descumprindo os contratos.
O representante de uma das
grandes "tradings" diz estar
convencido de que há uma manobra entre governo e compradores chineses para forçar a renegociação dos contratos. Segundo ele, é mais vantajoso para o comprador rescindir os
contratos, pagar a multa prevista e comprar pelo preço
atual no mercado.
(CT)
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