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Cenário externo derruba Bolsas pelo mundo
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A fase de melhora vivida pelos ativos brasileiros desde a semana passada foi interrompida
ontem. À piora do mercado internacional a Bovespa reagiu
com uma perda considerável de
2,65% no pregão de ontem. O
dólar subiu de R$ 2,17 para R$
2,20 (alta de 1,38%).
Testes com mísseis realizados pela Coréia do Norte trouxeram tensão e insegurança,
que ajudaram a empurrar o
barril de petróleo para um novo
preço recorde (veja texto ao lado). E o custo do petróleo em
alta sempre é fator negativo.
As Bolsas de Valores tiveram
importantes perdas na Europa,
especialmente em Frankfurt
(-1,80%), Paris (-1,26%) e Londres (-0,97%).
Nos EUA, a Bolsa eletrônica
Nasdaq caiu 1,69%. O índice
Dow Jones, da Bolsa de Nova
York, teve baixa de 0,68%.
A Bolsa mexicana foi o destaque de baixa dentre os latinos
-com perdas de 4,01%.
Dados sobre o emprego dos
Estados Unidos, que mostraram uma geração de postos de
trabalho acima do que era previsto, colaboraram para estragar o humor dos investidores.
Desde a reunião do Fed (o
banco central dos EUA) na
quinta-feira passada, o mercado vinha vivenciando dias de
bons resultados. O Fed deu sinais, em nota divulgada após
sua reunião, de que a rota de alta dos juros americanos pode
estar perto do fim. Mas o dia de
ontem estragou o que parecia
ser o começo de um período de
recuperação.
"Com os testes de mísseis e a
elevação do petróleo, aumentou a preocupação com o risco
geopolítico, levando as praças
asiáticas, européias e os índices
americanos a operarem em baixa. Além de Wall Street, os países emergentes também estão
sendo afetados", afirmou Marcelo Voss, economista-chefe da
corretora Liquidez.
Na Bolsa de Valores de São
Paulo, apenas quatro das 54
ações mais negociadas fecharam o pregão em alta.
Bons sinais
De positivo ontem houve a
divulgação do IPC (Índice de
Preços ao Consumidor) calculado pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). O índice mostrou deflação
de 0,31% em junho, a maior
queda do indicador desde maio
de 1999.
A inflação em baixa levou algumas instituições financeiras
a reverem suas projeções para a
próxima reunião do Copom
(Comitê de Política Monetária). A consultoria Austin Rating, por exemplo, revisou sua
projeção de redução da taxa básica de juros (a Selic) de 0,25
ponto para 0,50 ponto percentual. A Selic está em 15,25%. A
próxima reunião do Copom
acontecerá entre os dias 18 e 19.
Mesmo assim, as taxas de juros nos contratos que vencem
acima de seis meses subiram na
BM&F (Bolsa de Mercadorias
& Futuros). No DI (que mostra
os juros futuros) com resgate
na virada do ano, a taxa foi de
14,60% para 14,66%. No contrato que vence daqui a 18 meses, a taxa foi de 14,90% para
15,09%.
"Mas preservamos tanto
nosso cenário de taxa Selic em
14,50% em dezembro quanto a
expectativa de "parada técnica".
Ou seja, a autoridade monetária deve interromper o processo de redução da taxa de juros
ao menos até o último trimestre do ano", afirma a Austin Rating em análise.
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