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Renúncia em impostos pagaria
21 mil metalúrgicos por um ano
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O dinheiro que a União vai deixar de arrecadar com o incentivo
fiscal anunciado ontem às montadoras é suficiente para pagar os
salários de 21.794 metalúrgicos no
período de um ano, incluindo o
13º salário e sem contar os encargos sociais e trabalhistas. A Folha
considerou a média salarial de R$
1.200 da categoria.
Com a nova redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), as montadoras passarão
da marca de R$ 1 bilhão de incentivos fiscais neste ano e chegarão
perto do recorde registrado em
1999, de quase R$ 1,2 bilhão em
benefícios tributários, sem contar
os incentivos concedidos pelos
Estados. Nos últimos seis anos, as
montadoras deixaram de arrecadar R$ 3,6 bilhões.
O setor automotivo é dos que
mais se beneficiam de incentivos
fiscais federais. Com a redução do
IPI, só perderá neste ano para o de
informática. Os incentivos diminuíram em 2000, mas desde então
não param de crescer; eles vão triplicar em relação a 2002.
Antes do anúncio, a Receita Federal já abriria mão de recolher
cerca de R$ 753 milhões das montadoras em 2003.
Apesar de o ministro Palocci
(Fazenda) ter afirmado que novos
incentivos não poderiam ser concedidos sem o cancelamento de
parte dos atuais, nenhuma mudança foi apresentada até agora.
A Receita Federal abrirá mão de
arrecadar mais de R$ 24 bilhões
em 2003 com incentivos fiscais. A
maior fonte de benefícios fiscais
das montadoras é a redução de
40% do Imposto sobre Importação incidente sobre peças e componentes. Foi concedido em 2001
por tempo indeterminado.
Outra parcela decorre de estímulos concedidos em 99 a empreendimentos industriais nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, de 32% do IPI.
(MARTA SALOMON)
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