LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL

O desaquecimento da economia atingiu em cheio as vendas de combustíveis. O Sindicom (sindicato das distribuidoras) afirmou ontem que as empresas do setor amargaram entre janeiro e maio de 2003 a maior queda nos negócios desde 1999, quando a ANP (Agência Nacional do Petróleo) iniciou levantamentos na área.
Houve uma diminuição de 12% nas vendas de gasolina, uma redução de 14% na comercialização de álcool e uma queda de 8% nos negócios com diesel, em relação ao mesmo período de 2002.
Apenas as vendas de gás natural para veículos aumentaram (19%). Isso porque muitos motoristas têm modificado os motores de seus veículos para esse tipo de combustível.
"A queda nas vendas de combustíveis é também a maior registrada na história do Sindicom", afirmou João Pedro Gouvêa Vieira Filho, presidente do sindicato. A entidade foi criada nos anos 40.

IPI sem efeito
Para o Sindicom, o quadro não deve mudar muito até meados de 2004, pois a economia está paralisada. Nem mesmo a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para veículos novos, anunciada ontem pelo governo, deve aquecer o setor.
"A redução do IPI estimulará a substituição de veículos velhos por novos. Mas para aumentar o consumo de combustíveis é preciso elevar o poder aquisitivo da população", disse Leonardo Gadotti, vice-presidente do Sindicom.
O sindicato prevê que as vendas de gasolina em 2003 serão de 19,6 milhões de metros cúbicos, contra os 22,3 milhões do ano passado. Os negócios com álcool devem somar 3,1 milhões, diante dos 3,6 milhões de 2002. A comercialização de diesel chegaria a 34,7 milhões, em relação aos 37,6 milhões do ano passado.
Segundo Vieira Filho, geralmente as vendas de combustíveis crescem em média 0,5% ao ano. Ele criticou a sonegação de impostos por distribuidoras fraudulentas, mas disse que isso está influenciando pouco as estatísticas sobre a queda do consumo no setor. "As pessoas estão sem dinheiro mesmo."
Segundo o executivo, o único setor que pode mostrar uma melhora até dezembro de 2003 é o de diesel, devido ao transporte de cargas. "Deve haver uma reação nesse segmento."
Conforme dados da ANP, entre 2001 e 2002 as vendas de gasolina aumentaram 1%, e as de diesel 1,5%. No entanto, de 1999 até o ano passado, a comercialização de gasolina caiu 5,5%.


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