São Paulo, sexta-feira, 06 de outubro de 2006

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Desvios trazem prejuízos para o setor pecuário

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A produção de carne bovina no Brasil experimenta grande avanço. O país produz carne com preços bem competitivos e tem matéria-prima para ofertar ao mercado internacional, cuja demanda é crescente.
Parte desse baixo custo é formado, no entanto, por "contas paralelas". A prática de não recolher impostos é tão arraigada que os que seguem a lei perdem competitividade. O recolhimento do Funrural sobre as vendas de bois, por exemplo, é irrisório em relação ao que efetivamente deveria ser recolhido.
O pagamento é responsabilidade do pecuarista, mas o recolhimento fica por conta do frigorífico.
Essas práticas de desvios de impostos tornam a cadeia produtiva desigual e impedem o desenvolvimento de uma política de fomento no próprio setor, onde todos ganhariam -pecuaristas, frigoríficos e o governo.
O país é o maior exportador mundial de carne bovina, mas não exerce esse poder na formação de políticas que beneficiariam toda a cadeia, principalmente com a venda de produtos de maior valor agregado.
Por ser um dos principais mercados produtivos do mundo -e diante das boas perspectivas para a atividade-, o mercado brasileiro atrai a atenção de investidores externos.
Mas esse emaranhado de "contas paralelas" no setor inviabiliza os investimentos, principalmente de fundos especializados. Eles precisam de transparência corporativa e não têm como explicar essas operações aos investidores.


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