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Desvios trazem prejuízos para o setor pecuário
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
A produção de carne bovina no Brasil experimenta
grande avanço. O país produz carne com preços bem
competitivos e tem matéria-prima para ofertar ao mercado internacional, cuja demanda é crescente.
Parte desse baixo custo é
formado, no entanto, por
"contas paralelas". A prática
de não recolher impostos é
tão arraigada que os que seguem a lei perdem competitividade. O recolhimento do
Funrural sobre as vendas de
bois, por exemplo, é irrisório
em relação ao que efetivamente deveria ser recolhido.
O pagamento é responsabilidade do pecuarista, mas o
recolhimento fica por conta
do frigorífico.
Essas práticas de desvios
de impostos tornam a cadeia
produtiva desigual e impedem o desenvolvimento de
uma política de fomento no
próprio setor, onde todos ganhariam -pecuaristas, frigoríficos e o governo.
O país é o maior exportador mundial de carne bovina,
mas não exerce esse poder na
formação de políticas que
beneficiariam toda a cadeia,
principalmente com a venda
de produtos de maior valor
agregado.
Por ser um dos principais
mercados produtivos do
mundo -e diante das boas
perspectivas para a atividade-, o mercado brasileiro
atrai a atenção de investidores externos.
Mas esse emaranhado de
"contas paralelas" no setor
inviabiliza os investimentos,
principalmente de fundos
especializados. Eles precisam de transparência corporativa e não têm como explicar essas operações aos investidores.
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