São Paulo, sábado, 06 de outubro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Gol reduz projeção de lucro para 2007 pela segunda vez

Empresa cita mudanças na malha aérea como um dos fatores que afetaram previsões

Custo do combustível também influiu, segundo empresa; especialistas destacam o efeito da Varig nas contas da companhia

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

A Gol revisou para baixo pela segunda vez neste semestre suas projeções de lucro para este ano. Em comunicado enviado ao mercado, a companhia justifica a decisão citando o aumento no custo do combustível e as mudanças na malha aérea.
A projeção de lucro passou de R$ 3 a R$ 3,50 por ação para um intervalo de R$ 1,60 a R$ 2,10. No início do ano, a companhia chegou a projetar lucro de R$ 4,20 a R$ 4,70 por ação. Apesar da perspectiva de ganhos menores, as ações da empresa fecharam em alta de 2,05%, cotadas a R$ 43,20.
Segundo Kelly Trentim, da corretora SLW, as ações refletiram a melhora nas projeções de taxa de ocupação em setembro. "Apesar da recuperação, isso não será suficiente para mudar a tendência do papel", disse.
Desde o acidente em setembro do ano passado, que matou 154 pessoas, a Gol tem enfrentado uma série de reveses.
A companhia revisou sua estimativa de crescimento da oferta, medida pela relação de assentos disponíveis por quilômetro, de 80% para 75%. A taxa de ocupação para o ano de 2007 foi revista de 68% a 70% para de 64% a 66%.
Os custos foram revistos para cima. A projeção de custo, medida por assento-quilômetro, passou de R$ 0,08 para R$ 0,083. A margem operacional passou de 12% a 15% para um intervalo de 7% a 11%. A receita da empresa deve ficar entre R$ 5,2 bilhões e R$ 5,4 bilhões. A projeção anterior era de R$ 5,5 bilhões a R$ 5,7 bilhões.
Apesar da perspectiva de lucro menor do que o previsto, a companhia começou a dar sinais de recuperação em setembro. A taxa de ocupação foi de 61,2% no mês passado. O resultado representa uma queda de 14,3 pontos percentuais em relação a igual mês do ano passado. Em agosto, no entanto, a situação da companhia era ainda pior: a taxa de ocupação havia sido de 54,2%, com queda de 22,9 pontos percentuais em relação a igual mês de 2006.
De acordo com a empresa, a tarifa média aumentou 1% em relação a setembro do ano passado. A Gol prevê um aumento da oferta de assentos de 28% no quarto trimestre.
Especialistas ouvidos pela Folha, que preferiram não se identificar, afirmam que a empresa está sofrendo com o efeito Varig. A companhia já registrou um lucro menor no segundo trimestre em razão da incorporação de créditos fiscais da Varig, além dos efeitos da crise aérea. Segundo especialistas, ainda há uma desarticulação entre os vôos domésticos e internacionais da Varig.


Texto Anterior: Foco: Surpresos, empregados da GE no Rio de Janeiro querem benefícios extras
Próximo Texto: 5 investidores disputam os ativos da Vasp
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.