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Gol reduz projeção de lucro para 2007 pela segunda vez
Empresa cita mudanças na malha aérea como um dos fatores que afetaram previsões
Custo do combustível também influiu, segundo empresa; especialistas destacam o efeito da Varig nas contas da companhia
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A Gol revisou para baixo pela
segunda vez neste semestre
suas projeções de lucro para este ano. Em comunicado enviado ao mercado, a companhia
justifica a decisão citando o aumento no custo do combustível
e as mudanças na malha aérea.
A projeção de lucro passou de
R$ 3 a R$ 3,50 por ação para um
intervalo de R$ 1,60 a R$ 2,10.
No início do ano, a companhia
chegou a projetar lucro de R$
4,20 a R$ 4,70 por ação. Apesar
da perspectiva de ganhos menores, as ações da empresa fecharam em alta de 2,05%, cotadas a R$ 43,20.
Segundo Kelly Trentim, da
corretora SLW, as ações refletiram a melhora nas projeções de
taxa de ocupação em setembro.
"Apesar da recuperação, isso
não será suficiente para mudar
a tendência do papel", disse.
Desde o acidente em setembro do ano passado, que matou
154 pessoas, a Gol tem enfrentado uma série de reveses.
A companhia revisou sua estimativa de crescimento da
oferta, medida pela relação de
assentos disponíveis por quilômetro, de 80% para 75%. A taxa
de ocupação para o ano de 2007
foi revista de 68% a 70% para
de 64% a 66%.
Os custos foram revistos para
cima. A projeção de custo, medida por assento-quilômetro,
passou de R$ 0,08 para R$
0,083. A margem operacional
passou de 12% a 15% para um
intervalo de 7% a 11%. A receita
da empresa deve ficar entre R$
5,2 bilhões e R$ 5,4 bilhões. A
projeção anterior era de R$ 5,5
bilhões a R$ 5,7 bilhões.
Apesar da perspectiva de lucro menor do que o previsto, a
companhia começou a dar sinais de recuperação em setembro. A taxa de ocupação foi de
61,2% no mês passado. O resultado representa uma queda de
14,3 pontos percentuais em relação a igual mês do ano passado. Em agosto, no entanto, a situação da companhia era ainda
pior: a taxa de ocupação havia
sido de 54,2%, com queda de
22,9 pontos percentuais em relação a igual mês de 2006.
De acordo com a empresa, a
tarifa média aumentou 1% em
relação a setembro do ano passado. A Gol prevê um aumento
da oferta de assentos de 28% no
quarto trimestre.
Especialistas ouvidos pela
Folha, que preferiram não se
identificar, afirmam que a empresa está sofrendo com o efeito Varig. A companhia já registrou um lucro menor no segundo trimestre em razão da incorporação de créditos fiscais da
Varig, além dos efeitos da crise
aérea. Segundo especialistas,
ainda há uma desarticulação
entre os vôos domésticos e internacionais da Varig.
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