São Paulo, terça-feira, 07 de janeiro de 2003

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Palocci nega elevação da meta de superávit a 4%

DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, negou ontem que a meta do superávit primário será elevada de 3,75% para 4% do PIB neste ano.
A informação havia sido publicada pelo jornal "Valor Econômico" e foi um dos motivos para o recuo do dólar ontem.
"Não é real, não há nenhuma decisão sobre isso", afirmou ontem Palocci pouco depois de ter se reunido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em oportunidades anteriores, Palocci já havia admitido elevar a meta de superávit (receita menos despesas) caso fosse necessário equilibrar a relação dívida/PIB. Além disso, o ministro havia prometido na semana passada divulgar em breve novas metas econômicas para o país.
No entanto, ele não havia mencionado valores nessas ocasiões.
À noite, no programa "Roda Viva", da TV Cultura, o ministro disse que a redução na taxa de juros só ocorrerá quando a inflação estiver sob controle, houver depreciação maior do câmbio e queda na taxa de risco do país. "Reduzir os juros não é uma expressão de vontade, é preciso criar condições", disse. "Pode ser que essas condições não se dêem a curtíssimo prazo. Então o BC terá condições para analisar a questão e fazer o melhor para o país".
Sobre a meta de inflação para este ano (4%, com margem de erro de dois pontos e meio percentuais para cima ou para baixo), Palocci disse que seria mais realista aumentar o prazo do que o núcleo da meta.
"Mais realista do que aumentar a meta de inflação é aumentar o prazo para que se possa cumpri-la. Talvez para este ano não seja possível cumprir a meta, mas sim convergi-la para o ano que vem, a médio prazo", disse Palocci.
O ministro ainda expressou confiança na melhoria dos fundamentos econômicos. "Não [acho que a melhora dos indicadores seja passageira". Tenho certeza de que já há um caminho positivo para o Brasil", afirmou.
O ministro disse que entrou em contato com a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, para discutir a política de preços.


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