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Palocci nega elevação da meta de superávit a 4%
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, negou ontem
que a meta do superávit primário
será elevada de 3,75% para 4% do
PIB neste ano.
A informação havia sido publicada pelo jornal "Valor Econômico" e foi um dos motivos para o
recuo do dólar ontem.
"Não é real, não há nenhuma
decisão sobre isso", afirmou ontem Palocci pouco depois de ter se
reunido com o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
Em oportunidades anteriores,
Palocci já havia admitido elevar a
meta de superávit (receita menos
despesas) caso fosse necessário
equilibrar a relação dívida/PIB.
Além disso, o ministro havia prometido na semana passada divulgar em breve novas metas econômicas para o país.
No entanto, ele não havia mencionado valores nessas ocasiões.
À noite, no programa "Roda Viva", da TV Cultura, o ministro
disse que a redução na taxa de juros só ocorrerá quando a inflação
estiver sob controle, houver depreciação maior do câmbio e queda na taxa de risco do país. "Reduzir os juros não é uma expressão de vontade, é preciso criar
condições", disse. "Pode ser que
essas condições não se dêem a
curtíssimo prazo. Então o BC terá
condições para analisar a questão
e fazer o melhor para o país".
Sobre a meta de inflação para
este ano (4%, com margem de erro de dois pontos e meio percentuais para cima ou para baixo),
Palocci disse que seria mais realista aumentar o prazo do que o núcleo da meta.
"Mais realista do que aumentar
a meta de inflação é aumentar o
prazo para que se possa cumpri-la. Talvez para este ano não seja
possível cumprir a meta, mas sim
convergi-la para o ano que vem, a
médio prazo", disse Palocci.
O ministro ainda expressou
confiança na melhoria dos fundamentos econômicos. "Não [acho
que a melhora dos indicadores seja passageira". Tenho certeza de
que já há um caminho positivo
para o Brasil", afirmou.
O ministro disse que entrou em
contato com a ministra de Minas
e Energia, Dilma Rousseff, para
discutir a política de preços.
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