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DESENVOLVIMENTO
Economista deve trocar toda a diretoria do banco; Paul Singer é cotado para comandar a área social
Lessa é confirmado para presidir o BNDES
ANTÔNIO GOIS
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A escolha do economista Carlos
Lessa, 66, para a presidência do
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) foi confirmada ontem, após
encontro dele com o ministro do
Desenvolvimento, Luiz Fernando
Furlan, na sede do banco, no Rio.
O decreto com a nomeação de
Lessa deve ser publicado até amanhã no "Diário Oficial" da União.
A Folha apurou que toda a diretoria do banco deve ser substituída, até mesmo os técnicos de carreira, como o vice-presidente Isac
Zagury. Para a área social, hoje
sob o comando de Beatriz Azeredo, deve ser indicado o economista Paul Singer.
Singer é um dos principais economistas do PT. Sua escolha para
uma diretoria do banco foi sugerida a Lessa pelo presidente Lula.
Também estão cotados Darc
Antônio da Luz Costa, que foi superintendente de relações institucionais do banco no final da década de 80, e Roberto Thimoteo da
Costa, ex-diretor de infra-estrutura da instituição e conselheiro do
fundo de pensão do banco).
Lessa anunciou no dia 19 do
mês passado que recebera e aceitara convite de Lula para assumir
a presidência do banco. Furlan,
no entanto, não havia confirmado
seu nome até agora, o que gerou
especulações sobre a aprovação
da escolha de Lula pelo ministro.
Lessa e Furlan já haviam divergido publicamente sobre a proposta do ministro de criar uma estrutura com mais autonomia para
cuidar apenas da exportação, nomeando outro nome para a função, o que diminuiria o poder de
Lessa. O futuro presidente do
BNDES disse ser contrário à idéia.
Na gestão Lessa, o BNDES deve
mudar de rumo. Nas duas últimas
administrações, sua prioridade
foi desenvolver o mercado de capitais para que a contrapartida do
BNDES nos financiamentos a empresas pudesse ser menor. Assim,
sobrariam recursos para as áreas
sociais e de exportação, que ganharam espaço nos últimos anos.
Outra provável mudança é a
volta ao modelo antigo de administração do banco, que priorizava uma visão setorial. O modelo
foi modificado em 2001, na gestão
do ex-presidente Francisco Gros.
Hoje, estuda-se a viabilidade e o
risco do banco em cada projeto.
Com a volta da visão setorial,
mesmo que um projeto signifique
um risco maior para o banco, ele
terá mais chances de financiamento se for importante para o
setor. Prevalecerá a visão de que o
BNDES é o principal agente de
política industrial do país.
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