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Francesa Vivendi amplia controle na GVT
Empresa detém 85,7% da operadora brasileira, incluindo 19,6% das ações repassadas pelo fundo Tyrus
JULIO WIZIACK
DA REPORTAGEM LOCAL
A francesa Vivendi anunciou
ontem que ampliou seu controle na GVT, passando a deter
85,7% das ações da operadora
brasileira de telefonia. Estão
incluídos nesse total os 19,6%
das ações que deveriam ser repassadas pelo fundo inglês
Tyrus à Vivendi até fevereiro.
Esse repasse tinha sido
anunciado pelos franceses em
23 de dezembro de 2009, dois
meses antes do prazo dado como limite. Os antecedentes
dessa transferência do Tyrus à
Vivendi estão sendo investigados pela CVM (Comissão de
Valores Mobiliários).
Em 13 de novembro, o grupo
francês anunciou a aquisição
do controle da GVT (57,5% das
ações) por R$ 7,7 bilhões, sendo
37,9% em ações efetivamente
adquiridas pela própria Vivendi e 19,6% em "opções de compra", garantidas pelo Tyrus.
O fundo não tinha as ações,
mas mantinha contratos com
as instituições detentoras assegurando que eles seriam vendidos ao Tyrus em um prazo previamente definido.
Depois da venda ao Tyrus, a
Vivendi exerceria sua "opção
de compra" dessas ações, que
deveriam ser repassadas pelo
fundo até fevereiro de 2010.
A controvérsia em torno dessa operação surgiu porque, com
o anúncio de 13 de novembro, a
Telefônica -que fizera oferta
para adquirir a GVT em leilão
público em 19 de novembro-
ficou fora da disputa.
Os espanhóis afirmam que o
Tyrus não tinha o direito de
compra das ações da GVT em
13 de novembro -fato que não
daria o controle da GVT à Vivendi naquele momento, atrapalhando o leilão da Telefônica.
A Folha apurou que, com a
transferência dos 19,6% das
ações do Tyrus, a Vivendi considera o caso encerrado, porque estaria comprovado o direito de compra do Tyrus.
Para a Telefônica, se o Tyrus
tivesse direito de compra das
ações, deveria ter declarado à
CVM antes de 13 de novembro,
o que não ocorreu. Além disso,
ainda segundo a Telefônica, de
novembro até dezembro o fundo poderia ter adquirido no
mercado outras ações (não
aquelas dadas como garantia
no dia do anúncio) e as transferido para a Vivendi antes de 23
de dezembro.
Na CVM o caso não está encerrado. Por meio de sua assessoria, a autarquia informa que
as investigações continuam.
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