São Paulo, quinta-feira, 07 de janeiro de 2010

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Francesa Vivendi amplia controle na GVT

Empresa detém 85,7% da operadora brasileira, incluindo 19,6% das ações repassadas pelo fundo Tyrus

JULIO WIZIACK
DA REPORTAGEM LOCAL

A francesa Vivendi anunciou ontem que ampliou seu controle na GVT, passando a deter 85,7% das ações da operadora brasileira de telefonia. Estão incluídos nesse total os 19,6% das ações que deveriam ser repassadas pelo fundo inglês Tyrus à Vivendi até fevereiro.
Esse repasse tinha sido anunciado pelos franceses em 23 de dezembro de 2009, dois meses antes do prazo dado como limite. Os antecedentes dessa transferência do Tyrus à Vivendi estão sendo investigados pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Em 13 de novembro, o grupo francês anunciou a aquisição do controle da GVT (57,5% das ações) por R$ 7,7 bilhões, sendo 37,9% em ações efetivamente adquiridas pela própria Vivendi e 19,6% em "opções de compra", garantidas pelo Tyrus.
O fundo não tinha as ações, mas mantinha contratos com as instituições detentoras assegurando que eles seriam vendidos ao Tyrus em um prazo previamente definido.
Depois da venda ao Tyrus, a Vivendi exerceria sua "opção de compra" dessas ações, que deveriam ser repassadas pelo fundo até fevereiro de 2010.
A controvérsia em torno dessa operação surgiu porque, com o anúncio de 13 de novembro, a Telefônica -que fizera oferta para adquirir a GVT em leilão público em 19 de novembro- ficou fora da disputa.
Os espanhóis afirmam que o Tyrus não tinha o direito de compra das ações da GVT em 13 de novembro -fato que não daria o controle da GVT à Vivendi naquele momento, atrapalhando o leilão da Telefônica.
A Folha apurou que, com a transferência dos 19,6% das ações do Tyrus, a Vivendi considera o caso encerrado, porque estaria comprovado o direito de compra do Tyrus.
Para a Telefônica, se o Tyrus tivesse direito de compra das ações, deveria ter declarado à CVM antes de 13 de novembro, o que não ocorreu. Além disso, ainda segundo a Telefônica, de novembro até dezembro o fundo poderia ter adquirido no mercado outras ações (não aquelas dadas como garantia no dia do anúncio) e as transferido para a Vivendi antes de 23 de dezembro.
Na CVM o caso não está encerrado. Por meio de sua assessoria, a autarquia informa que as investigações continuam.


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