São Paulo, quinta-feira, 07 de janeiro de 2010

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China ultrapassa Alemanha e se torna o maior exportador

Moeda desvalorizada e foco das vendas para o exterior favorecem negócios do país asiático

DA REDAÇÃO

A China terminou o ano passado não só como a economia que melhor saiu da crise, mas também com o posto de principal exportador global, superando a Alemanha.
Nos dez primeiros meses do ano passado, os chineses venderam US$ 958 bilhões para o exterior, US$ 40 bilhões a mais que os alemães, segundo levantamento da consultoria americana GTI. Mesmo faltando dois meses para completar os dados, a expectativa é que não ocorram mudanças nesse cenário, já que, desde abril do ano passado, as exportações chinesas têm superado as da maior economia europeia.
Os dados de exportação mostram como a economia chinesa aguentou melhor que a alemã o tranco da pior recessão global em mais de 60 anos. Enquanto as vendas das empresas do país asiático recuaram 20%, as das companhias alemãs tiveram queda de 27%.
O resultado menos ruim chinês se explica por alguns motivos. Um deles é que o yuan (a moeda local) está atrelado ao dólar, que se desvalorizou fortemente no ano passado, o que favoreceu as exportações chinesas na conquista de espaço em países como os Estados Unidos e o Japão, além da própria União Europeia (UE).
Já o euro, a moeda usada pelo bloco de 16 países, se valorizou em 2009 em relação ao dólar. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, reclamou ontem que a valorização do euro prejudica a competitividade das companhias da região. "Se alguém produz na zona do euro e vende em dólar, com o euro subindo e o dólar se desvalorizando, como é possível equilibrar a diferença de competitividade?", disse a empresários franceses.
Os Estados Unidos e a UE reclamam também que Pequim, para fortalecer suas exportações, usa táticas que lhe dão vantagens injustas e que não estão de acordo com as regras do comércio mundial.
Outro ponto a favor dos chineses é que eles exportam muitos produtos de baixo valor agregado. Já os alemães favorecem as vendas de itens de alta qualidade e mais caros, como máquinas e outros bens de capital. Com a crise, os consumidores globais cortaram menos os gastos que as indústrias, que são um dos destinos principais das vendas para o exterior das empresas alemãs.


Com agências internacionais


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