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China ultrapassa Alemanha e se torna
o maior exportador
Moeda desvalorizada e foco das vendas para o exterior favorecem negócios do país asiático
DA REDAÇÃO
A China terminou o ano passado não só como a economia
que melhor saiu da crise, mas
também com o posto de principal exportador global, superando a Alemanha.
Nos dez primeiros meses do
ano passado, os chineses venderam US$ 958 bilhões para o
exterior, US$ 40 bilhões a mais
que os alemães, segundo levantamento da consultoria americana GTI. Mesmo faltando dois
meses para completar os dados,
a expectativa é que não ocorram mudanças nesse cenário,
já que, desde abril do ano passado, as exportações chinesas
têm superado as da maior economia europeia.
Os dados de exportação mostram como a economia chinesa
aguentou melhor que a alemã o
tranco da pior recessão global
em mais de 60 anos. Enquanto
as vendas das empresas do país
asiático recuaram 20%, as das
companhias alemãs tiveram
queda de 27%.
O resultado menos ruim chinês se explica por alguns motivos. Um deles é que o yuan (a
moeda local) está atrelado ao
dólar, que se desvalorizou fortemente no ano passado, o que
favoreceu as exportações chinesas na conquista de espaço
em países como os Estados
Unidos e o Japão, além da própria União Europeia (UE).
Já o euro, a moeda usada pelo
bloco de 16 países, se valorizou
em 2009 em relação ao dólar. O
presidente francês, Nicolas
Sarkozy, reclamou ontem que a
valorização do euro prejudica a
competitividade das companhias da região. "Se alguém
produz na zona do euro e vende
em dólar, com o euro subindo e
o dólar se desvalorizando, como é possível equilibrar a diferença de competitividade?",
disse a empresários franceses.
Os Estados Unidos e a UE reclamam também que Pequim,
para fortalecer suas exportações, usa táticas que lhe dão
vantagens injustas e que não
estão de acordo com as regras
do comércio mundial.
Outro ponto a favor dos chineses é que eles exportam muitos produtos de baixo valor
agregado. Já os alemães favorecem as vendas de itens de alta
qualidade e mais caros, como
máquinas e outros bens de capital. Com a crise, os consumidores globais cortaram menos
os gastos que as indústrias, que
são um dos destinos principais
das vendas para o exterior das
empresas alemãs.
Com agências internacionais
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