São Paulo, quinta-feira, 07 de fevereiro de 2008

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Contratações disparam na Petrobras

Governo Lula acelera abertura de vagas; número de terceirizados na estatal aumenta 30% e o de efetivos, 5% em 2007

Empregados da empresa passam da casa dos 50 mil, e terceirização soma 190 mil vagas; concurso da estatal preencherá mais 989 vagas

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A Petrobras anunciou mais um concurso, desta vez, para a contratação de 989 técnicos de nível médio. A seleção ilustra a agressiva política de contratações da estatal, que bateu no final de 2007 a marca dos 50 mil empregados próprios. O número de terceirizados também aumentou com força: 30,1% -de 146 mil em 2006 para 190 mil no ano passado.
De 2006 para 2007, o total de empregados próprios aumentou 4,7%. Desde de 2003, quando a empresa decidiu repor com mais velocidade seu efetivo sob o governo do PT, as contratações cresceram 45,4%. O número de empregados saltou de 34,5 mil em 2002 para 50,2 mil em 2007. No período, o total de terceirizados subiu 84,5%. Sob esse regime, estavam empregadas 103 mil pessoas em 2002.
O crescente volume de investimentos e a internacionalização da companhia são as principais causas do aumento do efetivo, segundo Mariangela Mundim, gerente de Planejamento de Recursos Humanos da Petrobras. Ele cita ainda a necessidade de repor pessoal, pois até 2002 a empresa incentivou aposentadorias e demissões voluntárias e ficou com quadro insuficiente de funcionários.
"A primeira causa desse crescimento do efetivo é o aumento dos investimentos da companhia", diz Mundim. Em 2002, a estatal investiu pouco menos de US$ 6 bilhões. Em 2007, foram US$ 18 bilhões -crescimento da ordem de 200%.
Segundo ela, apesar de as subsidiárias selecionarem os funcionários no exterior, a atividade internacional precisa de maior controle da matriz, o que resultou em admissões.
O total de empregados próprios se refere só à Petrobras, sem considerar subsidiárias como BR Distribuidora e Transpetro (dutos e transporte).
Apesar do aumento do número de terceirizados, Mundim afirmou que existe um esforço na companhia para "primarizar" funcionários que estão envolvidos diretamente com as atividades fins da empresa (exploração e produção, refino, entre outras). Tal tendência, diz, também contribuiu para o aumento do efetivo de funcionários próprios.
O novo concurso se enquadra nessa política. Os mais de 900 selecionados vão trabalhar como operadores na refinaria de Pernambuco, a ser inaugurada em 2010, ou repor vagas de profissionais mais experientes deslocados para a unidade. O salário inicial é de R$ 2.019.
Para Mundim, a Petrobras ainda terá a necessidade de contratar nos próximos anos para fazer frente ao crescimento dos negócios.
A estatal estima empregar diretamente 65 mil funcionários em 2015. "Estamos fazendo uma reposição paulatina, gradual e planejada." Se a projeção se confirmar, a Petrobras vai repor o quadro que tinha em 1989: 60 mil empregados.

Tendência internacional
Nos anos 90, a indústria do petróleo cortou vagas em todo o mundo, num momento de baixa do preço da commodity. Como tem a política de não demitir, a Petrobras não renovou quadros e estimulou a saída voluntária da empresa -cuja seleção é pública, mas a contratação se dá pelo regime da CLT.
Agora, diz Mundim, as petroleiras voltam a contratar com força graças ao preço mais alto do petróleo, que viabiliza a expansão dos investimentos em exploração e produção.
O aumento do número de terceirizados está relacionado, segundo ela, à expansão dos novos projetos da companhia. A maior parte desses empregados são das áreas de construção e montagem e trabalham contratados por prestadoras de serviços durante as obras.
Segundo Mundim, o total de terceirizados é alto, pois concentra desde funcionários de limpeza, manutenção, segurança a consultores contratados para estudos e projetos.

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