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Contratações disparam na Petrobras
Governo Lula acelera abertura de vagas; número de terceirizados na estatal aumenta 30% e o de efetivos, 5% em 2007
Empregados da empresa
passam da casa dos 50 mil,
e terceirização soma 190 mil
vagas; concurso da estatal
preencherá mais 989 vagas
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A Petrobras anunciou mais
um concurso, desta vez, para a
contratação de 989 técnicos de
nível médio. A seleção ilustra a
agressiva política de contratações da estatal, que bateu no final de 2007 a marca dos 50 mil
empregados próprios. O número de terceirizados também aumentou com força: 30,1% -de
146 mil em 2006 para 190 mil
no ano passado.
De 2006 para 2007, o total de
empregados próprios aumentou 4,7%. Desde de 2003, quando a empresa decidiu repor
com mais velocidade seu efetivo sob o governo do PT, as contratações cresceram 45,4%. O
número de empregados saltou
de 34,5 mil em 2002 para 50,2
mil em 2007. No período, o total de terceirizados subiu
84,5%. Sob esse regime, estavam empregadas 103 mil pessoas em 2002.
O crescente volume de investimentos e a internacionalização da companhia são as principais causas do aumento do efetivo, segundo Mariangela Mundim, gerente de Planejamento
de Recursos Humanos da Petrobras. Ele cita ainda a necessidade de repor pessoal, pois
até 2002 a empresa incentivou
aposentadorias e demissões voluntárias e ficou com quadro
insuficiente de funcionários.
"A primeira causa desse crescimento do efetivo é o aumento
dos investimentos da companhia", diz Mundim. Em 2002, a
estatal investiu pouco menos
de US$ 6 bilhões. Em 2007, foram US$ 18 bilhões -crescimento da ordem de 200%.
Segundo ela, apesar de as
subsidiárias selecionarem os
funcionários no exterior, a atividade internacional precisa de
maior controle da matriz, o que
resultou em admissões.
O total de empregados próprios se refere só à Petrobras,
sem considerar subsidiárias como BR Distribuidora e Transpetro (dutos e transporte).
Apesar do aumento do número de terceirizados, Mundim afirmou que existe um esforço na companhia para "primarizar" funcionários que estão envolvidos diretamente
com as atividades fins da empresa (exploração e produção,
refino, entre outras). Tal tendência, diz, também contribuiu
para o aumento do efetivo de
funcionários próprios.
O novo concurso se enquadra
nessa política. Os mais de 900
selecionados vão trabalhar como operadores na refinaria de
Pernambuco, a ser inaugurada
em 2010, ou repor vagas de profissionais mais experientes
deslocados para a unidade. O
salário inicial é de R$ 2.019.
Para Mundim, a Petrobras
ainda terá a necessidade de
contratar nos próximos anos
para fazer frente ao crescimento dos negócios.
A estatal estima empregar diretamente 65 mil funcionários
em 2015. "Estamos fazendo
uma reposição paulatina, gradual e planejada." Se a projeção
se confirmar, a Petrobras vai
repor o quadro que tinha em
1989: 60 mil empregados.
Tendência internacional
Nos anos 90, a indústria do
petróleo cortou vagas em todo
o mundo, num momento de
baixa do preço da commodity.
Como tem a política de não demitir, a Petrobras não renovou
quadros e estimulou a saída voluntária da empresa -cuja seleção é pública, mas a contratação se dá pelo regime da CLT.
Agora, diz Mundim, as petroleiras voltam a contratar com
força graças ao preço mais alto
do petróleo, que viabiliza a expansão dos investimentos em
exploração e produção.
O aumento do número de
terceirizados está relacionado,
segundo ela, à expansão dos novos projetos da companhia. A
maior parte desses empregados
são das áreas de construção e
montagem e trabalham contratados por prestadoras de serviços durante as obras.
Segundo Mundim, o total de
terceirizados é alto, pois concentra desde funcionários de
limpeza, manutenção, segurança a consultores contratados
para estudos e projetos.
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