São Paulo, domingo, 07 de fevereiro de 2010

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Ministro nega apagão e diz que custo no Brasil é "europeu"

DO ENVIADO ESPECIAL A BALSAS (MA)

O ministro da SEP (Secretária Especial de Portos), Pedro Brito, afirma que o Brasil está longe de ter um apagão nos portos e que o custo portuário, diante da atual movimentação, é comparável ao que é cobrado na Europa.
"Para a escala de movimentação de cargas nos portos brasileiros, nossos custos são comparáveis aos dos portos europeus e mais baixos que os custos nos Estados Unidos", diz.
O ministro nega haver no país um apagão portuário, mesmo diante da supersafra que começa a ser carregada para os portos. "Essa expressão não traduz em absoluto a situação do setor portuário. Eu diria que estamos a anos-luz de qualquer possibilidade de apagão", afirma o ministro.
Para sustentar o argumento, ele diz que toda a demanda do agronegócio exportador foi atendida no ano passado. Mais: o ministro afirma que sobra espaço nos portos do país.
Mal ou bem, a exportação agrícola, avaliada em US$ 64,8 bilhões em 2009, de fato passou pelos portos do país. Mas a questão é como e a que custo a produção agrícola alcançou os portos. O Ministério da Agricultura afirma que as condições de transporte e logística para parte da produção agrícola brasileira estão longe de ser adequadas. O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirma que a situação, em algumas regiões, já representa um freio para a produção.
"As condições logísticas estão quase inviabilizando a região norte do Mato Grosso. Temos hoje cerca de 20 milhões de toneladas de grãos que são escoadas por portos inadequados, distantes das zonas de produção", diz. Para compensar, o governo libera R$ 1 bilhão para minimizar o impacto do custo de transporte.
Para Stephanes, o atraso do projeto do porto de Itaqui se explica pela "incompetência" dos governos. Segundo o ministro da Agricultura, no entanto, mesmo a estrutura de Itaqui ainda não será suficiente para o agronegócio.
Stephanes defende a implantação da hidrovia Teles Pires/ Tapajós como solução para o escoamento da produção de Mato Grosso -o maior produtor de grãos do país- rumo ao porto de Santarém (PA). O problema é o arranjo da hidrovia dentro do desenho que o setor elétrico pretende dar aos aproveitamentos hidrelétricos. (AB)


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