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Ministro nega apagão e diz que custo no Brasil é "europeu"
DO ENVIADO ESPECIAL A BALSAS (MA)
O ministro da SEP (Secretária Especial de Portos), Pedro
Brito, afirma que o Brasil está
longe de ter um apagão nos
portos e que o custo portuário,
diante da atual movimentação,
é comparável ao que é cobrado
na Europa.
"Para a escala de movimentação de cargas nos portos brasileiros, nossos custos são comparáveis aos dos portos europeus e mais baixos que os custos nos Estados Unidos", diz.
O ministro nega haver no
país um apagão portuário, mesmo diante da supersafra que
começa a ser carregada para os
portos. "Essa expressão não
traduz em absoluto a situação
do setor portuário. Eu diria que
estamos a anos-luz de qualquer
possibilidade de apagão", afirma o ministro.
Para sustentar o argumento,
ele diz que toda a demanda do
agronegócio exportador foi
atendida no ano passado. Mais:
o ministro afirma que sobra espaço nos portos do país.
Mal ou bem, a exportação
agrícola, avaliada em US$ 64,8
bilhões em 2009, de fato passou pelos portos do país. Mas a
questão é como e a que custo a
produção agrícola alcançou os
portos. O Ministério da Agricultura afirma que as condições
de transporte e logística para
parte da produção agrícola brasileira estão longe de ser adequadas. O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirma que a situação, em algumas
regiões, já representa um freio
para a produção.
"As condições logísticas estão quase inviabilizando a região norte do Mato Grosso. Temos hoje cerca de 20 milhões
de toneladas de grãos que são
escoadas por portos inadequados, distantes das zonas de produção", diz. Para compensar, o
governo libera R$ 1 bilhão para
minimizar o impacto do custo
de transporte.
Para Stephanes, o atraso do
projeto do porto de Itaqui se
explica pela "incompetência"
dos governos. Segundo o ministro da Agricultura, no entanto,
mesmo a estrutura de Itaqui
ainda não será suficiente para o
agronegócio.
Stephanes defende a implantação da hidrovia Teles Pires/
Tapajós como solução para o
escoamento da produção de
Mato Grosso -o maior produtor de grãos do país- rumo ao
porto de Santarém (PA). O problema é o arranjo da hidrovia
dentro do desenho que o setor
elétrico pretende dar aos aproveitamentos hidrelétricos.
(AB)
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