São Paulo, domingo, 7 de fevereiro de 1999

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Paraguai reduz câmbio de brasileiro

WAGNER OLIVEIRA
da Agência Folha, em Curitiba

O real está valendo mais em Ciudad del Este, no Paraguai. O comércio paraguaio reduziu o câmbio para patamares que variam entre R$ 1,35 e R$ 1,50 em relação ao dólar. No início da liberação cambial, o dólar chegou a ser vendido a R$ 2,15.
O objetivo da redução é reconquistar os compradores brasileiros, principalmente os ambulantes, que, desde o início da disparada do câmbio, sumiram de Ciudad del Este, provocando queda de 80% nas vendas.
Além de valorizar a moeda brasileira, os comerciantes paraguaios diminuíram o preço dos produtos, que variam de bebidas a eletroeletrônicos, entre 4% e 12%. Eles também pleiteiam queda de impostos internos para atrair os brasileiros.
"Nós acreditamos que o dólar no Brasil não deve se manter alto por muito tempo e vai se estabilizar na faixa de R$ 1,50 a R$ 1,60", afirma o presidente do Centro de Importadores e Comerciantes do Departamento (Estado) de Alto Paraná, Charif Hammoud.
Hammoud disse que o recuo do dólar faz parte da estratégia dos comerciantes para vender rapidamente as mercadorias estocadas.
Consumidores paraguaios que aguardavam inspeção na aduaneira daquele país ameaçaram na sexta-feira pela manhã fechar a Ponte da Amizade em razão da fiscalização contra os produtos brasileiros.
Os paraguaios reclamavam da demora e da exigência feita pela alfândega paraguaia. Militares do Paraguai dissolveram um princípio de tumulto envolvendo cerca de 200 pessoas.
Com as desvalorização da moeda brasileira, muitos produtos, principalmente cimento e comestíveis, ficaram baratos para os paraguaios, que têm atravessado a fronteira com frequência para fazer compras no Brasil.
Para evitar prejuízos para os empresários locais, o governo paraguaio decidiu intensificar a fiscalização dos produtos brasileiros.



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