São Paulo, domingo, 7 de fevereiro de 1999

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Metas recuperam credibilidade, diz executivo

da Reportagem Local

As novas metas acertadas com o FMI devem ajudar o Brasil a recuperar a credibilidade externa e estabilizar a economia.
Segundo a avaliação do diretor-tesoureiro do banco BBA, Luiz Fernando Figueiredo, o novo acordo para corte de gastos deve fortalecer a imagem do governo.
"Temos que cruzar a ponte e a melhor maneira é entregando o que prometemos fazer", diz Figueiredo.
Na opinião do diretor do BBA, o Brasil não corre o risco de enfrentar um descontrole inflacionário devido à desvalorização.
"Não somos como o México. Quando houve a desvalorização no México, o país estava crescendo muito e havia maior presença dos importados na economia."
Figueiredo acredita que a inflação se mantenha entre 10% e 15% ao ano, o que permitiria uma queda rápida dos juros.
"Antes, tínhamos de manter os juros altos para compensar as perdas e os riscos de desvalorização do real. Agora, os juros podem cair para 17% em seis meses. Como teremos inflação, os juros reais serão ainda mais baixos, entre 7% e 8%. Estamos entrando num novo ciclo econômico, em que não teremos mais tanta dependência do capital externo."
Antes de desvalorizar o real, o Brasil precisava de aproximadamente US$ 50 bilhões para fechar suas contas externas.
Agora, a conta cai pela metade principalmente porque a mudança no câmbio deve favorecer as exportações e diminuir as importações.
No ano passado, o Brasil teve um déficit na balança comercial de US$ 6 bilhões. Com a desvalorização, as exportações devem superar as importações em pelo menos US$ 8 bilhões.
Outra mudança importante será nos gastos dos turistas. No ano passado, os brasileiros gastaram mais de US$ 4 bilhões no exterior a mais do que os estrangeiros deixaram no Brasil. Em 1999, o déficit deve se limitar a US$ 1 bilhão.
"Com essas mudanças, o Brasil precisará de cerca de US$ 20 bilhões ou US$ 25 bilhões para financiar seu déficit externo. Em grande parte, o déficit poderá ser coberto pelos investimentos de multinacionais na produção", diz Figueiredo. (RG)



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.