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Metas recuperam credibilidade, diz executivo
da Reportagem Local
As novas metas acertadas com o
FMI devem ajudar o Brasil a recuperar a credibilidade externa e estabilizar a economia.
Segundo a avaliação do diretor-tesoureiro do banco BBA, Luiz
Fernando Figueiredo, o novo acordo para corte de gastos deve fortalecer a imagem do governo.
"Temos que cruzar a ponte e a
melhor maneira é entregando o
que prometemos fazer", diz Figueiredo.
Na opinião do diretor do BBA, o
Brasil não corre o risco de enfrentar um descontrole inflacionário
devido à desvalorização.
"Não somos como o México.
Quando houve a desvalorização no
México, o país estava crescendo
muito e havia maior presença dos
importados na economia."
Figueiredo acredita que a inflação se mantenha entre 10% e 15%
ao ano, o que permitiria uma queda rápida dos juros.
"Antes, tínhamos de manter os
juros altos para compensar as perdas e os riscos de desvalorização
do real. Agora, os juros podem cair
para 17% em seis meses. Como teremos inflação, os juros reais serão
ainda mais baixos, entre 7% e 8%.
Estamos entrando num novo ciclo
econômico, em que não teremos
mais tanta dependência do capital
externo."
Antes de desvalorizar o real, o
Brasil precisava de aproximadamente US$ 50 bilhões para fechar
suas contas externas.
Agora, a conta cai pela metade
principalmente porque a mudança
no câmbio deve favorecer as exportações e diminuir as importações.
No ano passado, o Brasil teve um
déficit na balança comercial de
US$ 6 bilhões. Com a desvalorização, as exportações devem superar
as importações em pelo menos
US$ 8 bilhões.
Outra mudança importante será
nos gastos dos turistas. No ano
passado, os brasileiros gastaram
mais de US$ 4 bilhões no exterior a
mais do que os estrangeiros deixaram no Brasil. Em 1999, o déficit
deve se limitar a US$ 1 bilhão.
"Com essas mudanças, o Brasil
precisará de cerca de US$ 20 bilhões ou US$ 25 bilhões para financiar seu déficit externo. Em grande
parte, o déficit poderá ser coberto
pelos investimentos de multinacionais na produção", diz Figueiredo.
(RG)
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