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Centrais criticam mudança na forma de cálculo da TR
Rendimentos do FGTS e da caderneta de poupança vão cair quando a taxa básica de juros da economia diminuir
Advogados da Força Sindical vão avaliar se a medida do governo é inconstitucional para entrar com ação no Supremo Tribunal Federal
DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As centrais sindicais criticaram ontem a mudança na fórmula de cálculo da TR (taxa referencial), que vai reduzir a
rentabilidade da caderneta de
poupança e do FGTS (Fundo de
Garantia do Tempo se Serviço)
quando a Selic cair. A decisão,
que atende a um pleito dos bancos, foi tomada pelo CMN
(Conselho Monetário Nacional) em reunião extraordinária
realizada na segunda-feira.
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, considera "um absurdo" a mudança na TR. "Quando os juros chegaram a 75% ao ano, a TR não
mudou. Agora que os juros caíram, eles querem diminuir o
rendimento do FGTS, que já é o
dinheiro mais barato do mundo. Isso é injusto", afirma.
Pereira da Silva diz que os advogados da Força Sindical vão
ver se a mudança na TR que remunera o FGTS é inconstitucional ou não. "Se os advogados
entenderem que é inconstitucional, vamos entrar com uma
ação no Supremo Tribunal Federal. Ainda não sabemos o
quanto essa mudança pode
prejudicar o FGTS do trabalhador."
Para Artur Henrique da Silva
Santos, presidente da CUT
(Central Única dos Trabalhadores), a proposta é claramente
"uma transferência de renda do
trabalhador para o sistema financeiro, o setor que mais lucra
neste país". "O governo retira
de segmentos como saneamento e habitação, que têm ligação
com o FGTS, para beneficiar os
bancos, que não precisam de
subsídios", avalia.
Eleno Bezerra, presidente da
Confederação Nacional dos
Trabalhadores Metalúrgicos,
ligada à Força, afirma que os
técnicos do Banco Central estão em outro governo, não naquele que quer fazer uma política direcionada para os "mais
necessitados". "Eles têm ações
contrárias ao que o governo está pregando", alfineta.
Com a redução, Bezerra lembra que será ainda menor a garantia de rendimento mínimo
que a Caixa teria que dar para o
valor aplicado em obras de infra-estrutura, uma reivindicação das centrais por considerarem o financiamento das obras
um investimento de risco.
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