São Paulo, domingo, 07 de abril de 2002

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BC regula regras para cooperativa de crédito

DA REPORTAGEM LOCAL

As cooperativas de crédito existem no país desde 71, com a criação da lei 5.764, que estabeleceu regras para o cooperativismo em todos os setores. No caso das de crédito, as regras foram depois normatizadas pelo Banco Central.
Incentivadas pelo governo, elas surgiram no Brasil como um instrumento de política social e para distribuição de renda, segundo a OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras).
Em 2001, a organização tinha registro de 1.038 cooperativas de crédito no país. Mas esse número já está próximo de 1.300. Elas movimentam cerca de R$ 6 bilhões e reúnem cerca de 1 milhão de cooperados em todo o Brasil.
"As cooperativas de crédito estão crescendo porque oferecem mais benefícios do que os bancos", diz Geraldo Magela Antunes Couto, coordenador do conselho especializado de crédito da OCB.
O que ele quer dizer é que a cooperativa de crédito tem vantagens tributárias e financeiras, como isenção de Imposto de Renda e redução de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Em alguns casos esse imposto é zero.
Segundo a OCB, a cooperativa faz tudo o que um banco faz (cartão de crédito, banco 24 horas), com algumas exceções, determinadas pelo BC: não podem captar recursos em poupança, ter conta de reserva bancária, trabalhar com leasing e crédito imobiliário.
Outra vantagem: ela cobra menor taxa de juros nos empréstimos aos cooperados -entre 1,5% e 2% ao mês, enquanto essas taxas chegam a 5% ao mês, em média, nos bancos. "E toda as sobras da cooperativa vão para os cooperados. Nos bancos, o lucro vai para os acionistas majoritários."
Mas nem todos podem utilizar os serviços de uma cooperativa de crédito. Elas só podem ser formadas por setores organizados, como produtores rurais, advogados e empregados de uma determinada empresa. É só as pessoas ligadas a elas podem fazer aplicação ou pegar empréstimos.
Como são fiscalizadas pelo BC, as irregularidades nessas cooperativas não são numerosas. A OCB estima que menos de 1% delas apresentam situação irregular.



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