São Paulo, quarta-feira, 07 de abril de 2010

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Investimento não será cumprido, diz BNDES

Banco informa a Lula que crise econômica global não permitirá que metas previstas para este ano sejam alcançadas

Duas metas que não serão alcançadas: investimentos representarem 21% do PIB neste ano e exportações de 1,25% do comércio global

ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi informado ontem pela direção do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) de que as metas da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) não serão alcançadas neste ano, por conta da crise econômica global de 2008.
A direção do banco fez uma exposição, em reunião fechada com o presidente Lula, sobre o andamento do PDP, lançado em 2008, o qual estabeleceu metas de crescimento até 2010 em quatro frentes: investimento, exportações, gastos com pesquisa e desenvolvimento pelo setor privado e inclusão de pequenas e médias empresas na atividade de exportação.
O programa previa que os investimentos representariam 21% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano, o que está distante da realidade, uma vez que, em 2008, representaram apenas 16,7%.
Outra meta considerada fora da realidade atual é a que prevê que as exportações do país deveriam representar 1,25% da exportação global, o que significaria volume de vendas de cerca de US$ 208 bilhões em 2010.
No ano passado, a exportação foi de US$ 152,2 bilhões. Para atingir a meta, as exportações teriam de crescer pelo menos 9,1% ao ano em 2008/9.

Sem novas metas
O distanciamento foi admitido pelo diretor de Planejamento do BNDES, João Carlos Ferraz, que participou da exposição a Lula. O banco diz que as metas não serão refeitas, em razão do "acidente de percurso", forma como o diretor se referiu à crise econômica global.
""Erraremos as metas? Erraremos. Sorry. Não há problema em errar. O mais importante de ter uma meta é persegui-la", afirmou. O banco não informou qual é a distância estimada entre as metas que foram estabelecidas para 2010 e as que seriam realistas.
Além dos alvos de desempenho em exportação e em investimento, a PDP estabeleceu meta de crescimento de 10% no número de pequenas e médias empresas brasileiras exportadoras e de aumento de 0,5% para 0,65% do PIB para os gastos privados com pesquisa e desenvolvimento.
Segundo Ferraz, o presidente Lula pediu que a secretaria-executiva da PDP proponha novas metas para 2014, a serem deixadas como sugestão para o próximo governo.


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