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Investimento não será cumprido, diz BNDES
Banco informa a Lula que crise econômica global não permitirá que metas previstas para este ano sejam alcançadas
Duas metas que não serão alcançadas: investimentos representarem 21% do PIB neste ano e exportações de 1,25% do comércio global
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi informado ontem
pela direção do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) de que as
metas da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) não
serão alcançadas neste ano, por
conta da crise econômica global de 2008.
A direção do banco fez uma
exposição, em reunião fechada
com o presidente Lula, sobre o
andamento do PDP, lançado
em 2008, o qual estabeleceu
metas de crescimento até 2010
em quatro frentes: investimento, exportações, gastos com
pesquisa e desenvolvimento
pelo setor privado e inclusão de
pequenas e médias empresas
na atividade de exportação.
O programa previa que os investimentos representariam
21% do PIB (Produto Interno
Bruto) neste ano, o que está
distante da realidade, uma vez
que, em 2008, representaram
apenas 16,7%.
Outra meta considerada fora
da realidade atual é a que prevê
que as exportações do país deveriam representar 1,25% da
exportação global, o que significaria volume de vendas de cerca de US$ 208 bilhões em 2010.
No ano passado, a exportação
foi de US$ 152,2 bilhões. Para
atingir a meta, as exportações
teriam de crescer pelo menos
9,1% ao ano em 2008/9.
Sem novas metas
O distanciamento foi admitido pelo diretor de Planejamento do BNDES, João Carlos Ferraz, que participou da exposição a Lula. O banco diz que as
metas não serão refeitas, em razão do "acidente de percurso",
forma como o diretor se referiu
à crise econômica global.
""Erraremos as metas? Erraremos. Sorry. Não há problema
em errar. O mais importante de
ter uma meta é persegui-la",
afirmou. O banco não informou
qual é a distância estimada entre as metas que foram estabelecidas para 2010 e as que seriam realistas.
Além dos alvos de desempenho em exportação e em investimento, a PDP estabeleceu
meta de crescimento de 10% no
número de pequenas e médias
empresas brasileiras exportadoras e de aumento de 0,5% para 0,65% do PIB para os gastos
privados com pesquisa e desenvolvimento.
Segundo Ferraz, o presidente
Lula pediu que a secretaria-executiva da PDP proponha
novas metas para 2014, a serem
deixadas como sugestão para o
próximo governo.
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