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Plano para Varig adia pagamento de dívida
Aérea trabalha para mudar planejamento de recuperação judicial, que pode incluir deságio em alguns de seus débitos
Se efetuadas, modificações
serão submetidas a nova
assembléia de credores;
hoje pode sair data para a
reunião e para novo leilão
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A Varig trabalha na modificação do seu plano de recuperação judicial para alterar o período de pagamento dos credores. Os prazos deverão ser aumentados e a empresa pode
lançar mão de deságio para as
dívidas com funcionários, estatais e empresas de leasing. As
alterações serão submetidas à
apreciação dos credores na
próxima assembléia, que ainda
não tem data marcada.
A situação da Varig permanece em suspenso à espera da
análise do Ministério Público
Estadual e da Deloitte, administradora judicial da companhia, sobre as novas informações prestadas à Justiça pela
VarigLog. Eles devem apresentar hoje suas análises. Depois
disso, a Justiça deve marcar datas para a assembléia de credores e para o leilão -que seriam
nas próximas segunda e quarta,
mas foram desmarcados.
A sobrevivência da empresa
tem sido mantida graças a uma
linha de crédito de até US$ 20
milhões (R$ 44 milhões) oferecida pela VarigLog até a realização de um novo leilão. Fontes
envolvidas na negociação afirmam que os recursos só sustentam a Varig até a próxima sexta-feira. A empresa deve solicitar um aumento da linha de
crédito até o leilão sob o argumento de que, se for à falência,
a VarigLog dificilmente receberá o dinheiro de volta.
Como a Folha publicou ontem, os advogados da VarigLog
ofereceram o pagamento de dívidas trabalhistas com desconto de até 70%. Além disso, eles
querem pagar as dívidas anteriores à recuperação judicial
num prazo superior ao previsto
em lei, de um ano.
Segundo João Afonso de Assis, advogado da VarigLog, essa
revisão no plano de recuperação será votada em assembléia
e os descontos são prática comum em processos de recuperação. "Na Parmalat, o deságio
chegou a 85%", citou.
Apesar dos esclarecimentos,
a proposta ainda gera polêmica. De acordo com o documento, a VarigLog quer ficar com as
rotas e autorizações de vôo referentes a junho de 2005, época do pedido de recuperação
judicial. O problema é que a
Varig já perdeu muitas dessas
concessões porque reduziu o
seu volume de operações no
período.
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