São Paulo, sexta-feira, 07 de julho de 2006

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Plano para Varig adia pagamento de dívida

Aérea trabalha para mudar planejamento de recuperação judicial, que pode incluir deságio em alguns de seus débitos

Se efetuadas, modificações serão submetidas a nova assembléia de credores; hoje pode sair data para a reunião e para novo leilão

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

A Varig trabalha na modificação do seu plano de recuperação judicial para alterar o período de pagamento dos credores. Os prazos deverão ser aumentados e a empresa pode lançar mão de deságio para as dívidas com funcionários, estatais e empresas de leasing. As alterações serão submetidas à apreciação dos credores na próxima assembléia, que ainda não tem data marcada.
A situação da Varig permanece em suspenso à espera da análise do Ministério Público Estadual e da Deloitte, administradora judicial da companhia, sobre as novas informações prestadas à Justiça pela VarigLog. Eles devem apresentar hoje suas análises. Depois disso, a Justiça deve marcar datas para a assembléia de credores e para o leilão -que seriam nas próximas segunda e quarta, mas foram desmarcados.
A sobrevivência da empresa tem sido mantida graças a uma linha de crédito de até US$ 20 milhões (R$ 44 milhões) oferecida pela VarigLog até a realização de um novo leilão. Fontes envolvidas na negociação afirmam que os recursos só sustentam a Varig até a próxima sexta-feira. A empresa deve solicitar um aumento da linha de crédito até o leilão sob o argumento de que, se for à falência, a VarigLog dificilmente receberá o dinheiro de volta.
Como a Folha publicou ontem, os advogados da VarigLog ofereceram o pagamento de dívidas trabalhistas com desconto de até 70%. Além disso, eles querem pagar as dívidas anteriores à recuperação judicial num prazo superior ao previsto em lei, de um ano.
Segundo João Afonso de Assis, advogado da VarigLog, essa revisão no plano de recuperação será votada em assembléia e os descontos são prática comum em processos de recuperação. "Na Parmalat, o deságio chegou a 85%", citou.
Apesar dos esclarecimentos, a proposta ainda gera polêmica. De acordo com o documento, a VarigLog quer ficar com as rotas e autorizações de vôo referentes a junho de 2005, época do pedido de recuperação judicial. O problema é que a Varig já perdeu muitas dessas concessões porque reduziu o seu volume de operações no período.


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