São Paulo, sexta-feira, 07 de agosto de 2009

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Gerdau tem prejuízo de R$ 329 mi no 2º trimestre

A CSN também registou piora no resultado, com queda de 9% no lucro no período

Vendas de aço no trimestre cresceram, o que indica recuperação na demanda; para analista, porém, setor está longe do nível pré-crise


Paulo Fridman - 5.set.07/Bloomberg
Funcionários da Gerdau trabalham em fábrica em São José dos Campos, no interior de São Paulo

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As siderúrgicas Gerdau e CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) registraram piora no resultado financeiro no segundo trimestre.
A Gerdau fechou o segundo trimestre com prejuízo de R$ 329 milhões, um cenário diverso do registrado no primeiro trimestre, quando a empresa apurou lucro de R$ 35 milhões.
A receita líquida atingiu R$ 6,4 bilhões, apresentando uma queda de 8,1% em relação aos primeiros três meses do ano. A empresa atribuiu o faturamento menor à queda nos preços e ao câmbio, cuja apreciação teve um efeito negativo sobre as receitas em dólares, o que anulou parte dos ganhos obtidos com o maior volume de aço vendido no período.
Os resultados ficaram abaixo do esperado, disse o analista do Banif Gilberto Cardoso.
Entre abril e junho, a Gerdau vendeu 3,3 milhões de toneladas de aço, um crescimento de 10,4% em relação aos três primeiros meses do ano. O aumento nas vendas deve-se especialmente à recuperação no setor de construção civil e à reposição dos estoques, de acordo com a empresa.
A Gerdau fechou o primeiro semestre com R$ 294 milhões de prejuízo.
Já a CSN teve lucro de R$ 335 milhões no segundo trimestre, 9% a menos do que nos três primeiros meses.
Mas as vendas de produtos siderúrgicos chegaram a 947 mil toneladas, alta de 47% na mesma comparação. "Foram percebidos sinais de melhora no mercado siderúrgico".
Na avaliação de Fábio Silveira, sócio-diretor da RC Consultores, essa recuperação, ocorre de forma "muito parcial". "Está longe de ter uma performance satisfatória."
Dados do IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia) mostram que a produção da indústria siderúrgica de janeiro a junho totalizou 10,6 milhões de toneladas de aço bruto e 8,2 milhões de toneladas de laminados, ou uma queda de 39,5% e 37%, respectivamente, na comparação com o mesmo período de 2008.
Na ponta, porém, há uma recuperação. Em junho, as vendas de laminados tiveram alta de 3,1% ante maio, e as de aço bruto aumentaram 2,5%.
A ArcelorMittal, a maior siderúrgica do mundo, disse ter recomeçado a operar a 90% de sua capacidade em seu segmento de aços planos no Brasil, por conta da melhora no mercado.
A empresa havia reduzido a produção nesse segmento para cerca de 65% da capacidade instalada em novembro do ano passado, segundo uma fonte da ArcelorMittal que pediu para não ser identificada.
No final de julho, a Usiminas divulgou lucro de R$ 369 milhões no segundo trimestre, revertendo o prejuízo de R$ 112 milhões dos três primeiros meses deste ano.
(PAULO DE ARAUJO)

Com a Bloomberg



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