São Paulo, sábado, 07 de setembro de 2002

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RIQUEZA AMERICANA

Taxa surpreende analistas e cai de 5,9% para 5,7%; Bolsa de NY reage com alta e contagia européias

Desemprego cai nos EUA e anima Bolsas pelo mundo

DA REDAÇÃO

Depois de duas semanas sob o ataque de uma bateria de indicadores econômicos negativos, os mercados norte-americanos respiraram ontem com a queda na taxa de desemprego nos EUA. O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York reagiu com alta de 1,73%, enquanto a Nasdaq, Bolsa de empresas tecnológicas, registou forte alta de 3,54%.
De maneira inesperada e surpreendente, na avaliação dos analistas, a taxa recuou de 5,9%, em julho, para 5,7%, no mês passado. O índice é o melhor desde março deste ano, quando também tinha sido de 5,7%.
Boa parte dos economistas previa que, devido a estagnação econômica de agosto, o desemprego registraria um crescimento. Os mais otimistas falavam em manutenção da taxa apurada no mês anterior.
De acordo com o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, foram criados 39 mil novos empregos em agosto. Foi o quarto mês seguido em que o número de vagas abertas ficou acima do de postos fechados. Em julho, de acordo com dados revisados pelo governo, o saldo ficou positivo em 67 mil empregos.
"Já não se trata mais de uma retomada sem criação de empregos", disse a economista-chefe do banco Wells Fargo, Sung Won Sohn. "O pessimismo de Wall Street era exagerado."
"O relatório [do Departamento do Trabalho] trouxe um grande alívio", disse Bill Cheney, economista-chefe da John Hancock Financial Services. "Não podemos afastar todos os temores, mas é tranquilizador saber que estamos andando para a frente, e não escorregando para trás."
Mas outros analistas não compartilham de tal otimismo. Ainda que o relatório do Departamento do Trabalhado tenha mostrado um quadro menos dramático do que o antecipado, para muitos economistas o número de empregos criados segue fraco.
"Os números [divulgados ontem" vão confundir os investidores que estejam atrás de sinais claros de um novo boom", afirmou Steven Wieting, economista sênior da corretora SSB Economics. "Parece mais provável que a recuperação seja lenta e gradual."
Os setores de construção civil e de serviços, ao lado do governo, ofereceram o maior número de vagas no mês passado.
Por outro lado, a indústria e o varejo mais fecharam do que abriram postos de trabalho, numa nova indicação de que alguns setores da economia norte-americana relutam em retomar um ritmo de expansão constante.
Em março do ano passado, os EUA entraram em sua primeira recessão desde 1991, na época da Guerra do Golfo -e quando George Bush pai era presidente. Em 2000, no auge do boom do setor de informática e telecomunicações, a taxa de desemprego girava em torno de 4%. Mas, com a contração econômica, a taxa começou a crescer, a partir do ano passado, e chegou a bater em 6%.

Europa reage
A onda de otimismo nos EUA, a despeito da eminência de uma guerra contra o Iraque, contagiou os principais mercados europeus, que estavam perto de atingir os piores níveis em cinco anos. A Bolsa de Frankfurt puxou os ganhos, com alta de 3,9%. Paris subiu 3,4%, e Londres ganhou 2,4%.


Com agências internacionais


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