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Meta estrutural no acordo é contradição
DE WASHINGTON
Ao aceitar a inclusão de critérios de desempenhos estruturais
no novo acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), a
equipe econômica do governo
brasileiro não só inova como também contradiz suas próprias declarações anteriores.
Critérios de desempenho estruturais são compromissos obrigatórios de reformas (legais ou não)
em setores-chave da economia de
países sob ajuste econômico
-como os de energia, previdência ou financeiro.
No acordo aprovado ontem por
sua diretoria-executiva, em Washington, o Fundo exigiu que o governo promova a "edição" de
uma "medida legislativa" transformando o PIS, que é um imposto sobre o faturamento, num imposto sobre valor agregado.
Indagado sobre o assunto pela
Folha durante entrevista concedida no dia 25 de agosto no Conselho das Américas, em Nova York,
o presidente do Banco Central,
Armínio Fraga, disse ser contrário a tais critérios, afirmando não
tê-los aceito na última negociação
com o Fundo.
Embora a pergunta tenha sido
sobre a eventualidade de o governo brasileiro ter aceito, como critério de desempenho estrutural, a
criação de um BC independente, a
resposta foi genérica.
"É preciso ter cuidado para não
misturar apenas projeções macroeconômicas ou financeiras,
que são tipicamente naturais de
um acordo com o Fundo, com temas estruturais ou de política pública, que cada país tem que decidir como achar melhor", disse
Fraga na ocasião.
"Esse (reformas estruturais) é
um tema particular que cada país
tem que decidir. Não é um assunto para o Fundo."
(MARCIO AITH)
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