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São Paulo, domingo, 07 de setembro de 2003

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Grupo argentino deixou empresa

DE BUENOS AIRES

Um dos maiores conglomerados privados da Argentina, o grupo Macri tem faturamento anual de cerca de 2 bilhões de pesos -quase o mesmo valor em reais. É constituído por mais de 40 empresas de diversos setores. Entre elas, concessões dos correios e de várias rodovias na Argentina.
O grupo, que atua também na área de infra-estrutura, alimentos e construção civil, emprega diretamente 27 mil pessoas. É comandado por Francisco Macri, 73, amigo do ex-presidente Carlos Menem (1989-1999).
As empresas Macri têm sido alvo de investigações judiciais. As acusações são de que o grupo teria recebido benefícios durante as privatizações realizadas por Menem nos anos 90.
No Brasil, o grupo tem atuação diversificada. Além da área de alimentos, que engloba empresas como a Adria, administra a empreiteira Enterpa e concessões de pedágios em duas rodovias -Cataratas, no Paraná, e Colinas, no interior de São Paulo.
Em entrevista recente, Francisco Macri disse que estuda vender todas as suas empresas, inclusive as que estão no Brasil. Entre elas, a Adria e a Rodovia das Colinas.
Endividado e afetado pela crise que atingiu a Argentina entre os anos de 1999 e 2002, o grupo foi obrigado a sair da Chapecó em dezembro de 2002. Procurado pela Folha para esclarecer os motivos que levaram os Macri a "abandonar" a Chapecó, o vice-presidente do grupo Socma, Jorge Aguado, não foi localizado.
Segundo a assessoria da empresa, ele estava em viagem e era o único que poderia falar com a imprensa sobre o assunto. A reportagem também tentou contatar outros diretores do grupo, além do próprio Francisco Macri. Até o fechamento desta edição ninguém havia retornado as ligações.
O grupo Macri assumiu o controle da Chapecó em 1999. Pagou apenas US$ 40 milhões porque a companhia tinha um alto endividamento: US$ 334 milhões, segundo informações fornecidas pelo grupo à Bolsa de Valores de Buenos Aires na época.


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