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Trecho sobre clonagem
terapêutica gera dúvida
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Por mais de uma hora ficou a
confusão no ar: os senadores teriam liberado ou não a clonagem
de embriões para fins terapêuticos? Não - foi a conclusão a que
chegaram depois de divergências
entre os senadores Ney Suassuna
(PMDB-PB), relator do projeto de
lei de biossegurança, Jonas Pinheiro (PFL-MT), autor da proposta, e Osmar Dias (PDT-PR),
autor de uma emenda aprovada
ontem à tarde.
A versão mais recente da lei de
biossegurança, que segue agora
para a Câmara, autoriza o uso de
embriões humanos produzidos
por fertilização in vitro em pesquisa, desde que eles tenham sido
descartados ou estejam congelados há pelo menos três anos.
Também é exigido o consentimento dos pais.
Os embriões serão usados na
produção de células-tronco, que
podem ser transformadas em diversos tipos de tecido humano. A
autorização está limitada a fins de
pesquisa e terapia de doenças degenerativas, segundo o acordo
negociado no Senado.
A regra garante o uso de cerca
de 30 mil embriões disponíveis. A
clonagem terapêutica permitiria a
multiplicação dos embriões, mas
ela acabou enquadrada como crime, sujeito a pena de até cinco
anos de reclusão, além de multa.
"É só o começo", comemorou
Andréa Bezerra de Albuquerque,
presidente do Movitae (Movimento em Prol da Vida), certa de
que o projeto enfrentará ainda
grande oposição na Câmara, onde o uso de embriões chegou a ser
proibido no começo do ano. "É
um problema entre a fé e a ciência", avaliou o líder do governo no
Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), reafirmando o apoio do governo à proposta.
Embora a projeto de lei proíba
claramente a clonagem humana
para fins reprodutivos ou qualquer tipo de manipulação genética em embriões, ele ainda enfrenta a oposição de setores da Igreja
Católica. No debate de ontem no
plenário, houve um outro momento de confusão: quando o líder do governo e a líder do PT,
Ideli Salvatti (SC), deram orientações divergentes aos colegas. "O
PSDB vai votar com o governo",
ironizou Leonel Pavan (SC).
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