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Turbulência atinge venda de veículos ao exterior
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA ONLINE
DA REPORTAGEM LOCAL
A crise financeira internacional atingiu as exportações da
indústria automotiva brasileira, mas ainda não teve força para impactar negativamente o
mercado interno.
Dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes
de Veículos Automotores), divulgados ontem, mostram que
a produção para o mercado externo caiu 8,1% em setembro,
ante o mês anterior.
As montadoras exportaram
no mês passado 58.588 veículos, contra 63.778 unidades em
agosto. Em valores, a queda
mensal das vendas externas foi
de 7,3%, atingindo US$ 1,258
bilhão em setembro.
Segundo o presidente da Anfavea, Jackson Schneider, o
momento é de incertezas, especialmente com relação ao comportamento do dólar ante o
real, que está com forte oscilação. "[Precisa aguardar] qual
vai ser o novo ponto de equilíbrio do dólar. Terá uma nova
taxa de equilíbrio que não vai
ser a mesma do passado."
No fim de semana, a General
Motors e a Fiat divulgaram que
vão conceder férias coletivas
para parte dos funcionários da
produção, em outubro.
A GM decidiu suspender a
produção em três fábricas por
conta da queda na demanda
por suas exportações na África
do Sul, Argentina, México e Venezuela. Ainda assim, a montadora mantém a cautela ao falar
dos efeitos da crise.
O vice-presidente da GM no
Brasil, José Carlos Pinheiro
Neto, evita atribuir a queda nas
exportações às turbulências na
economia global. "Ainda não
podemos assegurar que a origem disso esteja na crise. O fato
é que queda no mercado tem a
toda hora. O mercado sobe e
desce", afirma.
A Fiat informou que as férias
serão adotadas para "preservar
a capacidade de produção contínua". A montadora informa
que mantém sua previsão de
crescimento -cerca de 24% sobre o resultado de 2007- e descarta que as férias coletivas estejam relacionadas com a crise
financeira global.
Brasil
Se as perspectivas de vendas
para o mercado externo não
são boas, no Brasil o setor prevê
que a crise internacional ainda
não deve refletir significativamente. Em setembro, foram licenciados 268,7 mil veículos,
alta de 9,8% ante agosto e 31,7%
em relação ao mesmo período
de 2007. "A fotografia que [se]
mostra no momento é [a de]
que não teremos nenhum impacto", afirmou Schneider.
Mas o consumidor que for
comprar o veículo financiado
vai pagar mais caro. A taxa de
juros anual do setor subiu quatro pontos percentuais em um
ano e atingiu a média de 23,6%.
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