São Paulo, terça-feira, 07 de outubro de 2008

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Turbulência atinge venda de veículos ao exterior

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA ONLINE DA REPORTAGEM LOCAL

A crise financeira internacional atingiu as exportações da indústria automotiva brasileira, mas ainda não teve força para impactar negativamente o mercado interno.
Dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), divulgados ontem, mostram que a produção para o mercado externo caiu 8,1% em setembro, ante o mês anterior.
As montadoras exportaram no mês passado 58.588 veículos, contra 63.778 unidades em agosto. Em valores, a queda mensal das vendas externas foi de 7,3%, atingindo US$ 1,258 bilhão em setembro.
Segundo o presidente da Anfavea, Jackson Schneider, o momento é de incertezas, especialmente com relação ao comportamento do dólar ante o real, que está com forte oscilação. "[Precisa aguardar] qual vai ser o novo ponto de equilíbrio do dólar. Terá uma nova taxa de equilíbrio que não vai ser a mesma do passado."
No fim de semana, a General Motors e a Fiat divulgaram que vão conceder férias coletivas para parte dos funcionários da produção, em outubro.
A GM decidiu suspender a produção em três fábricas por conta da queda na demanda por suas exportações na África do Sul, Argentina, México e Venezuela. Ainda assim, a montadora mantém a cautela ao falar dos efeitos da crise.
O vice-presidente da GM no Brasil, José Carlos Pinheiro Neto, evita atribuir a queda nas exportações às turbulências na economia global. "Ainda não podemos assegurar que a origem disso esteja na crise. O fato é que queda no mercado tem a toda hora. O mercado sobe e desce", afirma.
A Fiat informou que as férias serão adotadas para "preservar a capacidade de produção contínua". A montadora informa que mantém sua previsão de crescimento -cerca de 24% sobre o resultado de 2007- e descarta que as férias coletivas estejam relacionadas com a crise financeira global.

Brasil
Se as perspectivas de vendas para o mercado externo não são boas, no Brasil o setor prevê que a crise internacional ainda não deve refletir significativamente. Em setembro, foram licenciados 268,7 mil veículos, alta de 9,8% ante agosto e 31,7% em relação ao mesmo período de 2007. "A fotografia que [se] mostra no momento é [a de] que não teremos nenhum impacto", afirmou Schneider.
Mas o consumidor que for comprar o veículo financiado vai pagar mais caro. A taxa de juros anual do setor subiu quatro pontos percentuais em um ano e atingiu a média de 23,6%.


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