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Governo ainda tenta mudar cálculo de estatais
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar de não ter entrado agora
no acordo com o FMI, a mudança
na forma de contabilizar os investimentos das empresas estatais está sendo estudada pela equipe
econômica com técnicos do Fundo. Ontem, Antonio Palocci Filho
(Fazenda) disse que existe um
grupo de trabalho analisando as
mudanças. Segundo ele, o objetivo é fazer algo semelhante ao que
foi feito com a Petrobras.
Em 2002, os acordos com o FMI
passaram a contar com um "teto"
de investimentos para a Petrobras. Se a empresa ultrapassasse
esse teto, o excesso não entraria
no cálculo da meta fiscal.
Em geral, os investimentos das
estatais são tratados como despesas. Mesmo que os investimentos
estejam criando patrimônios novos, eles estão no mesmo nível das
despesas comuns dos ministérios.
Ou seja, reduzem o superávit primário (receitas menos despesas,
exceto pagamento de juros).
O problema é que a regra da Petrobras nunca foi aplicada. Os investimentos sempre ficaram abaixo do teto fixado nos acordos.
Mesmo assim, a Folha apurou
que a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, vem tentando incluir os investimentos da
Eletrobrás na exceção.
Os técnicos do Fundo não querem que qualquer empresa tenha
flexibilidade porque nem todas
fazem investimentos que geram
retornos significativos.
Em 2001, a discussão sobre os
investimentos das estatais foi revigorada por causa do racionamento de energia. A obrigação
das empresas de darem resultados positivos para o governo estaria impedindo os investimentos,
causando as dificuldades de geração e distribuição de energia.
Mas foi em 2002 que as regras
da Petrobras foram modificadas
por causa de mudança no manual
de finanças públicas do FMI.
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