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CRESCIMENTO
Em reunião com Dirceu e Palocci, setor privado diz que câmbio atual tira competitividade de produtos nacionais
Empresário pede dólar a R$ 3 para exportar
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um grupo de 12 empresários de
grande porte cobrou ontem do
governo a desvalorização do real
frente ao dólar. "Deixamos bem
claro que havia uma necessidade
de aumentar [o câmbio]. Tem
gente que falou em R$ 3,5. Isso é
um absurdo, mas se chegar em
torno R$ 3 seria bem razoável",
disse Antônio Ermírio de Moraes,
presidente do conselho do Grupo
Votorantim, ao sair de reunião
com representantes do governo.
O empresário Pedro Piva, da
Kablin, disse que há companhias
exportando sem lucro devido à alta do real. Quando o real se valoriza em relação ao dólar, ou os produtos brasileiros ficam mais caros
no exterior ou o empresário precisa reduzir sua margem de lucro
para poder exportar.
Ontem, o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, e o ministro
Antonio Palocci Filho (Fazenda)
realizaram a segunda reunião do
alto escalão do governo com os
principais executivos de importantes conglomerados industriais.
Na reunião de cerca de duas horas no Palácio do Planalto, Dirceu
e Palocci pediram mais uma vez
para os empresários acreditarem
no Brasil e investirem.
Investimento
O principal objetivo dos ministros, segundo um dos assessores
de Palocci, é mostrar para os empresários que o governo cumpre
seu papel de estabilizar a economia. Como contrapartida, o governo quer agora mais investimentos privados.
Segundo o empresário Eduardo
Eugênio Gouvêa Vieira, da Ipiranga Petroquímica, o governo
queria sugestões para criar um
ambiente mais propício aos investimentos no país.
Antônio Ermírio afirmou que o
governo não assumiu nenhum tipo de compromisso com o grupo.
O presidente da Votorantim disse
que o aumento da produção depende mais dos empresários do
que da ajuda do governo.
Os dois ministros ouviram dos
empresários que um câmbio mais
estável e mais favorável às exportações e a redução contínua dos
juros são condições necessárias
para uma retomada mais consistente do investimento.
Antônio Ermírio e Piva descartaram intervenções para controlar o valor do câmbio. O presidente da Votorantim, no entanto,
afirmou que "o governo tem todas as forças na mão para fazer o
câmbio subir ou baixar".
Os empresários também se
queixaram das exigências ambientais para abertura de indústrias e construção de obras.
Participaram do encontro os seguintes
empresários: Luís Cutrale (Sucocítricos
Cutrale Ltda), Josué Christiano Gomes da
Silva (Coteminas), Benjamin Steinbruch
(CSN), Pedro Franco Piva (Klabin), Júlio
Cardoso (Seara alimentos), Sérgio Andrade (Andrade Gutierrez), Pedro Enrique Fábrega (Xerox do Brasil), Rolf Dieter
Acker (Basf), José Carlos Grubisich (Braskem), Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira
(Ipiranga Petroquímica) e Antônio Ermírio de Moraes (Votorantim).
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